Um vídeo flagrou a ação de pelo menos dois homens que entraram facilmente na sede da Braiscompany, em São Paulo, e removeram itens e bens do local. Até a última quarta-feira (29), todos os itens foram removidos do prédio, acabando com a operação paulista da empresa.
Nascida em Campina Grande, na Paraíba, a Braiscompany se espalhou pelo Brasil, enquanto prometia rendimentos fixos no mercado de criptomoedas. Com o casal Antônio e Fabrícia Ais comandando as operações, eles contavam com a ajuda de brokers na captação de novos investidores.
Muitos dos ex-brokers da Braiscompany defendiam a empresa, mesmo quando o atraso de saques aos clientes começou, no final de 2022.
Com o fechamento das sedes, tudo indica que o negócio acabou de vez, mesmo com alguns ainda defendendo a possível pirâmide financeira publicamente.
Veja o vídeo de homens limpando a sede da Braiscompany em São Paulo
Enquanto clientes procuram na justiça alguma forma de reaver valores perdidos na Braiscompany, a empresa segue desocupando os imóveis que utilizou.
Um deles, em São Paulo, é mais um a ter todos os itens removidos do local, com um vídeo mostrando o início dos trabalhos.
De acordo com o material, que data do dia 26 de março de 2023, dois homens chegam na sede e começam a desocupar o local.
Antes da sede ter os bens removidos, a PF chegou a lacrar o imóvel, mas tudo indica que ele agora está vazio.
Entenda o fim da Braiscompany
Operando no mercado de criptomoedas, a Braiscompany surgiu em 2019, captando seus primeiros clientes, que acreditavam estar investindo em um negócio legítimo. Para convencer e captar novos clientes, a empresa alegava realizar a locação de criptoativos.
No ano de 2020, a empresa recebeu os primeiros indícios de fraude, quando a Operação Faraó de Tiago Reis denunciou publicamente a Braiscompany.
Desde então, a empresa tentou se defender e processou o fundador da Suno, em busca de passar uma falsa sensação de legalidade. Com suas operações se tornando mais famosas, o fundador da Braiscompany chegou a participar de uma audiência pública em Brasília, que discutia sobre golpes de criptomoedas.
Contudo, desde novembro de 2022, a Braiscompany começou a atrasar pela primeira vez os saques a clientes, situação que piorou no mês seguinte, em dezembro.
Ao entrar em 2023, nenhum cliente da empresa recebeu mais as promessas mensais fixas da empresa, o que escancarou a crise do possível golpe financeiro.
Com denúncias de investidores de todo o Brasil, a Polícia Federal deflagrou a Operação Halving contra o negócio em fevereiro de 2023, mas não encontrou os principais líderes, que seguem foragidos.