As autoridades chinesas pediram aos reguladores internacionais que reforcem a supervisão da indústria de criptomoedas em todo o mundo, a fim de proteger os usuários dos riscos de fraude e perda de dinheiro.
Durante o Fórum Boao na última sexta-feira (31), Xuan Changneng, vice-presidente do Banco Popular da China (PBOC), disse que os reguladores devem permitir espaço para inovação, mas devem respeitar as regras existentes e testar as novas tecnologias.
“A filosofia, a tecnologia e a capacidade da regulamentação devem ser atualizadas para garantir que a inovação financeira não venha à custa da estabilidade financeira”, disse Changneng.
Ele apontou exemplos de riscos e fraudes associados ao mercado de criptomoedas, incluindo as falências de dois bancos dos EUA que forneceram serviços financeiros para empresas cripto.
Changneng afirmou que a inovação financeira não deve vir à custa da estabilidade financeira, e a capacidade da regulamentação devem ser atualizadas para garantir isso.
Ele também destacou que as autoridades devem verificar e confirmar novas tecnologias aplicadas a vários modelos e produtos financeiros, em vez de simplesmente aceitá-los ou aprová-los.
Durante o mesmo evento, Liao Min, vice-ministro das finanças da China, disse que a China precisa se envolver profundamente na cooperação internacional e na coordenação de padrões.
Os comentários seguem os recentes movimentos de Hong Kong para desenvolver a indústria Web3 e recuperar seu status como um centro financeiro e de criptomoedas.
Regulação global de criptomoedas
A premissa e a promessa do setor de criptomoedas foram prejudicadas por golpistas e empresas fraudulentas, deixando seu futuro incerto. Assim, reguladores dos EUA também estão alertando para os riscos das criptomoedas, incluindo a SEC, que mantém sua pressão judicial total sobre a indústria de ativos digitais.
Reguladores críticos das criptomoedas têm receio de conceder à indústria o status validador que a regulamentação adequada pode conceder.
Eles preferem entrar com ações legais contra a criptomoedas e permitir que o setor se dissolva em jurisdições distantes, pensando que a regulamentação pode encorajar relacionamentos mais profundos e difíceis de desembaraçar entre o ecossistema de ativos digitais e os setores financeiros tradicionais — gerando assim maiores riscos sistêmicos.
A SEC emitiu um alerta enfatizando aos investidores que as ofertas de criptomoedas no mercado dos EUA podem ser ilegais porque não estão registradas no regulador, e o caminho da criptomoeda para a aceitação regulatória está ficando mais longo.
China e criptomoedas
As autoridades chinesas possuem uma abordagem negativa com as criptomoedas há muito tempo. A primeira proibição ocorreu em 2013, quando o Banco Popular da China (PBOC) proibiu as instituições financeiras de lidar com criptomoedas.
Em 2017, a China proibiu as ofertas iniciais de moedas (ICOs) e fechou as corretoras de criptomoedas no país. Em 2021, a China intensificou sua repressão às criptomoedas, ordenando que os mineradores de criptomoedas no país parassem de operar e reprimindo ainda mais as transações de criptomoedas.
Apesar disso, Hong Kong está se preparando para permitir o comércio de Bitcoin e outras criptomoedas, e a China parece estar apoiando silenciosamente o movimento.