Participando do Qatar Economic Forum nesta-quinta-feira (25), Peter Smith mostrou-se preocupado com um possível calote técnico dos EUA sobre o teto da dívida. Segundo o co-fundador e CEO da Blockchain.com, isso seria ruim para as criptomoedas em um primeiro momento.
Negociado a US$ 26.500 no momento desta redação, o Bitcoin está prestes a fechar seu primeiro mês de 2023 em queda. Embora ainda esteja com valorização de 60% no ano, hoje a maior criptomoeda do mercado acumula perdas de 9,43% em relação a 1º de maio.
Por enquanto, tudo indica que o Bitcoin continuará na grande faixa entre os 25.000 e 30.000 dólares, onde se encontram seus suporte e resistência, respectivamente.
No entanto, eventos ligados aos EUA, como a dívida pública, a taxa de juros e até mesmo as eleições presidenciais, possam colaborar para a quebra de tais regiões de preço, tanto para cima quanto para baixo.
CEO da Blockchain.com está preocupado com teto da dívida americana, mas o jogo pode virar
Em suma, Peter Smith acredita que um calote dos EUA seria péssimo para as criptomoedas em um primeiro momento. No entanto, destaca que o setor poderia se aproveitar da situação no longo prazo. Suas falas foram capturadas pela Reuters.
“Uma inadimplência dos EUA ou uma recessão nos EUA provavelmente são ruins para as criptomoedas. Esses são ativos de risco e você deseja eliminar o risco.”
“Em um horizonte de longo prazo, esses [eventos] provavelmente são bons para as criptomoedas”, continuou Smith. “Se o governo dos EUA entrar em default, provavelmente veremos uma rápida retração e, em seguida, um impulso muito forte para cima no mercado de criptomoedas.”
Fundada em 2011, a empresa comandada por Peter Smith é uma das mais antigas do setor, mais conhecida por seu explorador de blocos e carteira web. Segundo informações de 2021, a Blockchain.com foi responsável por 28% de todas as transações de Bitcoin desde 2012.
Impasse sobre teto da dívida continua nos EUA
Embora os EUA pudessem elevar o limite da dívida, como fizeram repetidamente ao longo de mais de 100 anos, o governo está relutante em seguir este caminho. Um dos motivos é que isso força o corte de gastos.
No entanto, a decisão também poderia ser trágica caso leve a um calote técnico. Por ser um evento sem precedentes, ninguém sabe explicar quais seriam os verdadeiros impactos na economia, mas não seriam positivos.
Por fim, conforme isso afetaria a confiança sobre o dólar e outros investimentos ligados aos EUA, como títulos do Tesouro, isso pode fazer investidores migrarem para outros ativos no médio prazo. Bitcoin e ouro são dois nomes fortes nessa lista de opções, deixando até mesmo moedas como Euro e iene japonês para trás.