Não haverá mais Bitcoin em corretoras em 10 anos, diz CryptoQuant

De acordo com a empresa, mesmo com o preço do Bitcoin tendo dobrado este ano, a quantidade de bitcoins nas corretoras diminuiu 36% em relação ao pico de 2020.

Desde 2020, a demanda por Bitcoin tem aumentado de forma exponencial, superando a oferta da criptomoeda mais popular do mundo. Segundo a empresa de análise CryptoQuant, essa tendência tem reduzido a quantidade de bitcoins disponíveis para compra nas corretoras e, se continuar assim, em 10 anos não haverá mais bitcoins disponíveis nas plataformas.

De acordo com a empresa, mesmo com o preço do Bitcoin tendo dobrado este ano, a quantidade de bitcoins nas corretoras diminuiu 36% em relação ao pico de 2020. Isso se deve, em grande parte, ao aumento de investimentos em Bitcoin por parte de grandes investidores institucionais.

“A este ritmo, uma crise de oferta parece inevitável.” dizem os analistas da CryptoQuant”, acrescentando que ao ritmo atual, “mesmo que os ETFs não acelerem a drenagem da oferta cambial, a oferta de bitcoins em corretoras tende a zero nos próximos 10 anos.”

Crise de oferta de Bitcoin parece inevitável

No mercado financeiro, muitos veem o Bitcoin como um ativo seguro em tempos de incerteza econômica. Além disso, espera-se um aumento no valor do Bitcoin em 2024, devido ao evento conhecido como “halving”.

O lançamento potencial de um Fundo Negociado em Bolsa (ETF) de Bitcoin nos Estados Unidos também é visto como um possível catalisador para um aumento ainda maior nos investimentos em Bitcoin. Essa iniciativa poderia atrair mais investidores institucionais e reduzir ainda mais as reservas da moeda digital nas corretoras.

Arthur Hayes, ex-CEO da corretora BitMEX, sugere que o interesse dos investidores institucionais em ETFs de Bitcoin pode levar a uma acumulação significativa de bitcoins por grandes entidades financeiras, como o BlackRock.

Hayes especula que isso poderia transformar o Bitcoin principalmente em um ativo de reserva, usado para proteção contra inflação e riscos de recessão econômica global, o que poderia, por sua vez, reduzir o uso do Bitcoin em transações diárias e sua disponibilidade no mercado.

Hayes também comentou sobre a depreciação das moedas fiduciárias globais, sugerindo que a estratégia mais inteligente atualmente é investir em criptomoedas. Ele classifica tanto o Bitcoin quanto o Ethereum como “ativos de reserva” fundamentais, enquanto descreve outros ativos digitais com menos entusiasmo.

O que acontece se não houver mais Bitcoin em corretoras?

A escassez de Bitcoin nas exchanges poderia levar a um aumento significativo no seu valor, já que os compradores competiriam por um ativo limitado. Isso também poderia incentivar as negociações peer-to-peer (P2P), onde as transações de Bitcoin ocorrem diretamente entre indivíduos sem a intermediação de uma exchange.

Além disso, tal situação poderia impulsionar o desenvolvimento de novos métodos e plataformas para a negociação de Bitcoin, adaptando-se a um mercado onde as exchanges tradicionais não têm mais estoque disponível.

Este cenário também poderia aumentar a volatilidade do preço do Bitcoin, já que as fontes de liquidez e oferta seriam mais limitadas e fragmentadas. Por fim, essa escassez poderia levar a uma revisão da percepção do Bitcoin como um ativo, potencialmente solidificando sua posição como um ativo de reserva de valor, semelhante ao ouro.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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