Tether congela R$ 1,1 bilhão ligado a sindicato de tráfico humano

Através das redes sociais, uma seguidora questionou como o processo de congelamento pela Tether funciona e porque esses USDT não são imediatamente 'queimados' pela empresa. Em resposta, Paolo Ardoino explicou o processo.

A Tether, empresa emissora da stablecoin USDT, informou ter congelado 225 milhões de USDT nesta segunda-feira (20). Equivalente a R$ 1,1 bilhão, a soma estaria ligada a um sindicado internacional de tráfico humano no Sudeste Asiático.

A operação foi um trabalho em conjunto com a corretora OKX e com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ). Esse é o maior congelamento já realizado pela Tether, que se mostrou feliz em ajudar as autoridades.

Segundo dados encontrado na Dune Analytics, até o momento a Tether já congelou US$ 786 milhões em USDT (R$ 3,8 bilhões). A quantia é equivalente a 0,9% de seu atual valor de mercado (US$ 87,7 bilhões).

Tether faz congelamento recorde de USDT

Embora criptomoedas como o Bitcoin sejam descentralizadas, não permitindo o congelamento ou confisco de fundos, a Tether (USDT) é um token encontrado em diversas blockchains como Ethereum, Tron e Binance Smart Chain. Sendo assim, o código de seu contrato permite que a empresa tenha controle absoluto sobre saldos de sua stablecoin.

Em relação ao congelamento de US$ 225 milhões (R$ 1,1 bilhão) realizado nesta segunda-feira (20), a Tether explica que a operação foi uma parceria entre ela, a corretora OKX e o Departamento de Justiça dos EUA.

Neste caso, os criminosos estão sendo acusados tanto de tráfico de humanos quanto de golpe de romance conhecido como “abate de porco”. Neste golpe, a vítima é induzida a depositar dinheiro para os golpistas que estão se passando por uma mulher sedutora e com uma oportunidade de negócio tão irresistível quanto ela.

“A Tether congelou proativamente e voluntariamente aproximadamente 225 milhões em tokens USDT em carteiras externas autocustódias vinculadas a um sindicato internacional de tráfico de pessoas no Sudeste Asiático, responsável por um esquema de romance global de ‘abate de porcos’.”

O comunicado oficial também informa que a investigação durou meses. Dados on-chain apontam que saldos de 37 endereços foram congelados nesta segunda-feira (20). No total, mais de 1.025 endereços já passaram por essa punição.

Endereços com saldos congelados pela Tether, emissora da stablecoin USDT. Dune Analytics.
Endereços com saldos congelados pela Tether, emissora da stablecoin USDT. Dune Analytics.

Paolo Ardoino, CEO da Tether, explica congelamento

Através das redes sociais, uma seguidora questionou como o processo de congelamento pela Tether funciona e porque esses USDT não são imediatamente ‘queimados’ pela empresa. Em resposta, Paolo Ardoino explicou o processo.

Primeiro, é necessário que aguardar que o governo termine as investigações. No entanto, os fundos congelados permanecem em suas planilhas até a resolução do caso. Por fim, algumas vítimas desses golpistas podem conseguir recuperar seus fundos após todo processo legal, o que pode demorar nesse caso por envolver muitas pessoas.

“Através do envolvimento proativo com agências policiais globais e do nosso compromisso com a transparência, a Tether pretende estabelecer um novo padrão de segurança no espaço das criptomoedas”, disse Paolo Ardoino, CEO da Tether. “Nossa recente colaboração com o Departamento de Justiça ressalta nossa dedicação para promover um ambiente seguro. Acreditamos no aproveitamento da tecnologia e dos relacionamentos, como nossa colaboração com a OKX, para abordar proativamente as atividades ilícitas e manter os mais altos padrões de integridade do setor.”

Questionado se a Tether teme a concorrência de stablecoins descentralizadas, que não correm o risco de confiscos, Ardoino respondeu que “competição é sempre bom” e “que vença o melhor produto”. No momento, a USDT é 3,5 vezes maior que sua maior concorrente, a USDCoin (USDC), que também tem o poder de congelar saldos.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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