A Coinbase, maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos, anunciou a remoção do Bitcoin SV (BSV), uma cópia do bitcoin derivada de outra cópia, o Bitcoin Cash (BCH). A medida da corretora resultou na conversão forçada dos BSV dos usuários para outras criptomoedas disponíveis na plataforma, após a dedução dos custos de transação.
De acordo com a corretora, os usuários que possuíam BSV foram informados que, devido à exclusão, seus ativos foram automaticamente liquidados.
A Coinbase alertou sobre a possibilidade de os usuários não receberem compensação pela conversão, especialmente se as participações em BSV fossem pequenas, já que as taxas de transação e a volatilidade do mercado poderiam anular completamente o valor do ativo.
We have deprecated support for Bitcoin SV (BSV). We appreciate your patience and cooperation. https://t.co/35AhSAerJt
— Coinbase Assets 🛡️📞 (@CoinbaseAssets) February 3, 2024
Após a data de término do suporte, a Coinbase removeu quaisquer resíduos de BSV das carteiras dos usuários, impedindo qualquer possibilidade de saque. A medida segue o aviso prévio da exchange em novembro, orientando os usuários a transferirem seus BSV para carteiras externas antes do prazo final de 9 de janeiro.
Fim do Bitcoin Satoshi Vision?
A decisão da Coinbase reflete as preocupações crescentes com a segurança e a estabilidade da BSV, marcadas por ataques de 51% em 2022 e uma volatilidade significativa.
A Coinbase também lembrou seus usuários das possíveis implicações fiscais resultantes da conversão forçada, enfatizando a responsabilidade dos usuários em entender e agir de acordo com suas situações fiscais individuais.
A remoção do BSV pela Coinbase segue uma tendência de outras corretoras, como a Robinhood, reduzindo a presença da criptomoeda no mercado.
A Bitcoin Satoshi Vision (BSV), vale lembrar, é uma criptomoeda que surgiu de um hard fork do Bitcoin Cash (BCH) em novembro de 2018. O principal objetivo da BSV era restaurar os protocolos originais do Bitcoin definidos pelo criador pseudônimo Satoshi Nakamoto, aumentando o tamanho do bloco para permitir mais transações e, teoricamente, tornar a rede mais escalável.
O nome “Satoshi Vision” (Visão de Satoshi) reflete essa intenção de seguir o que seus proponentes acreditam ser a visão original de Nakamoto.
Contudo, a BSV tem sido objeto de controvérsias e críticas significativas dentro da comunidade de criptomoedas, com algumas pessoas chegando a considerá-la um “golpe”.
Um dos principais pontos de crítica ao BSV é a concentração de poder de mineração. Em redes de criptomoedas descentralizadas, espera-se que o poder de mineração seja distribuído entre muitos participantes para evitar o controle centralizado.
No entanto, o BSV enfrentou acusações de que uma parcela significativa de seu poder de mineração estava concentrada nas mãos de poucos, aumentando o risco de ataques de 51%, onde um único participante ou grupo de participantes pode controlar a maioria do poder de mineração e, potencialmente, manipular a blockchain.
Além disso, a comunidade cripto levantou preocupações sobre as práticas de governança e transparência do projeto BSV. A liderança controversa e as alegações não comprovadas de Craig Wright contribuíram para uma atmosfera de desconfiança.
As disputas legais envolvendo Wright e várias figuras e entidades no espaço cripto apenas intensificaram as dúvidas sobre a credibilidade do BSV.
Alegações de ser um “golpe” muitas vezes derivam desses pontos: práticas de governança questionáveis, liderança controversa, e potencial para manipulação de mercado devido à centralização do poder de mineração.