ETFs criam choque de demanda por Bitcoin e diferença entre oferta pode chegar a 20 vezes

ETFs de Bitcoin nos EUA estão comprando 10.000 bitcoins por dia. Portanto, a demanda que já está 10 vezes maior que a oferta pode atingir uma diferença de mais de 20 vezes em abril.

Os ETFs de Bitcoin começaram a ser negociados no dia 10 de janeiro e desde então 9 gestoras já acumularam mais de 300.000 bitcoins em suas carteiras. Considerando os dias em que o mercado estava aberto, excluindo finais de semana e feriados, isso significa que os ‘novos ETFs’ estão comprando cerca de 10.000 bitcoins por dia.

Por outro lado, mineradores estão produzindo cerca de 900 bitcoins por dia, uma diferença de mais de 10 vezes entre oferta e demanda. Usando regras básicas da economia, isso significa a valorização de um ativo, como estamos vendo agora.

Com a chegada do halving, esperada para o dia 20 de abril, a produção de Bitcoin será reduzida pela metade. Serão apenas 3,215 bitcoins por bloco, gerados a cada 10 minutos, em média, resultando em apenas ~450 BTC a cada 24 horas.

Portanto, caso o apetite de Wall Street mantenha os níveis atuais, veremos uma demanda 20 vezes maior que a oferta a partir do final de abril.

Segundo investidores mais otimistas, como Max Keiser, o Bitcoin pode chegar a US$ 100.000 em uma única vela. Outros traders como Peter Brandt vão além, apontando para alvos de até US$ 200.000 neste ciclo de alta.

Bitcoin é diferente de tudo e o halving está chegando

Muitas vezes o Bitcoin é comparado com outros ativos escassos, como o ouro. No entanto, o Bitcoin é diferente de tudo já que sua demanda não altera sua oferta.

No caso do ouro, por exemplo, mineradoras tendem a intensificar suas atividades quando o preço do metal dispara. Afinal, isso justifica gastos maiores de sua extração conforme a margem de lucro deles cresce. Ou seja, no final do dia temos mais ouro no mercado.

Por outro lado, a criação de novos bitcoins é controlado pela matemática e esses valores foram definidos ainda antes de seu lançamento.

Além de um número limitado de 21 milhões de unidades em sua totalidade, cada bloco também gera um número fixo de moedas. Em outras palavras, mesmo que mineradoras invistam bilhões em novas máquinas, isso não altera o número de bitcoins gerados por dia.

No início, em 2009, cada bloco continha 50 bitcoins, mas a recompensa foi reduzida para 25 BTC após 210.000 blocos (cerca de 4 anos), e então para 12,5 BTC após outros ~4 anos e, no momento, são gerados apenas 6,25 bitcoins a cada ~10 minutos.

Esse número diminuirá para 3,125 BTC no bloco de número 840.000, previsto para ser minerado no dia 21 de abril deste ano. Portanto, teremos cerca de 450 novos bitcoins entrando no mercado por dia, independente de qualquer outra força.

ETFs americanos criam demanda assustadora por Bitcoin

Enquanto isso, os ETFs de Bitcoin nos EUA estão comprando 10.000 bitcoins por dia. Portanto, a demanda que já está 10 vezes maior que a oferta pode atingir uma diferença de mais de 20 vezes.

Anteriormente esses números refletiam apenas os ‘novos ETFs’, excluindo o GBTC da Grayscale. No entanto, o ‘sangramento’ do GBTC já parece ter estancado e os números são ótimos até quando esse ETF é considerado nas contas.

“Entrada líquida de US$ 576,8 milhões em 27 de fevereiro, dia muito forte. Somente a Blackrock teve entrada de US$ 520 milhões”, apontou a BitMex Research. “A entrada líquida total desde 11 de janeiro de 2024 agora é de US$ 6.726,1 milhões para os ETFs”

“Aqui estão os mesmos dados em termos de BTC. Entrada líquida de 10.167,5 BTC em 27 de fevereiro.”

Planilha com fluxo de entradas e saídas em ETFs de Bitcoin nos EUA. Fonte: BitMex Research/X.
Planilha com fluxo de entradas e saídas em ETFs de Bitcoin nos EUA. Fonte: BitMex Research/X.
Gráfico mostra demanda por bitcoins gerada por ETFs nos EUA, valores em milhões de dólares (15.000 = US$ 15 bilhões). Fonte: BitMex Research/X.
Gráfico mostra demanda por bitcoins gerada por ETFs nos EUA, valores em milhões de dólares (15.000 = US$ 15 bilhões). Fonte: BitMex Research/X.

Para ilustrar ainda mais o tamanho dessa procura, a demanda de Wall Street seria maior até mesmo se 50 bitcoins fossem gerados por bloco, como aconteceu entre 2009 e 2012. Afinal, apenas 7.200 bitcoins por dia eram produzidos naquela época, ainda longe da demanda diária de 10.000 bitcoins mencionada acima.

ETFs já detém 4,32% de todos bitcoins do mundo

Conforme o Bitcoin é um ativo escasso, possuindo um limite de 21 milhões de unidades, uma boa maneira de olhar para ele é em termos de porcentagem. Ou seja, 21 bitcoins, por exemplo, sempre serão equivalentes a 0,0001% de todas as moedas.

Algumas empresas estão apostando pesado nessa escassez. A MicroStrategy comprou mais 3.000 bitcoins nessa semana e, com 193.000 em suas carteiras, já acumula 0,919% de toda oferta.

No entanto, os números são ainda mais surpreendentes quanto olhamos para os ETFs. Disponíveis em diversos países, como Alemanha, Canadá e até mesmo no Brasil, os ETFs detém 4,32% de todos os bitcoins do mundo.

ETFs (em amarelo) são os maiores detentores de bitcoin do mundo e estão em forte crescimento. Quantia chega 906.301 bitcoins (R$ 280 bilhões), equivalente a 4,32% de toda oferta. Fonte: Bitcoin Treasuries.
ETFs (em amarelo) são os maiores detentores de bitcoin do mundo e estão em forte crescimento. Quantia chega 906.301 bitcoins (R$ 280 bilhões), equivalente a 4,32% de toda oferta. Fonte: Bitcoin Treasuries.

Outros que chamam atenção são as reservas de bitcoins por governos. Por meio de confiscos, EUA, Reino Unido, Alemanha e outros tantos já detém 2,7% dos 21 milhões de bitcoins. Embora leiloem e vendam ativos apreendidos, talvez esteja na hora de segurá-los como faz todo bom investidor de BTC.

Por fim, espera-se que a “era de Wall Street do Bitcoin” seja o penúltimo grande ciclo do mercado. Sendo a adoção do BTC por governos o “último superciclo”. Embora seja uma previsão ousada, gigantes como Barry Silbert acreditam que a BlackRock, gestora por trás do maior dos novos ETFs, seja a porta de entrada para Bancos Centrais investirem no Bitcoin.

No momento desta redação, o Bitcoin está sendo negociado a US$ 62.500, apresentando uma alta de 47% no mês de fevereiro.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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