Segundo análise da K33 Research, 937 instituições investiram nos ETFs de Bitcoin no 1º trimestre de 2024. O número é quase 10 vezes maior do que de investidores de ETFs de ouro no mesmo período, que ficou em apenas 95.
Dentre os novos investidores de Bitcoin estão grandes bancos como JP Morgan, Wells Fargo, BNY Mellon, BNP Paribas, VP Bank, Old National Bancorp e também os brasileiros BTG Pactual e Banco do Brasil.
Outr que aparece na lista é a Junta de Investimentos do Estado de Wisconsin (SWIB), responsável por gerenciar fundos de pensão e outros ativos do estado americano de Wisconsin, com um aporte de, nada mais, nada menos, que R$ 834 milhões.
A divulgação desses gigantes está aumentando a aceitação do Bitcoin no mercado tradicional. Portanto, podemos esperar que novos nomes apareçam nos próximos trimestres.
Institucionais estão mais interessados em Bitcoin do que em ouro
O grande número de investidores institucionais revela que o Bitcoin possuia uma demanda não atendida. Portanto, não é surpresa que os ETFs americanos tiveram tanto sucesso nos primeiros três meses de existência.
Como comparação, Vetle Lunde, analista sênior da K33 Research, revela que os ETFs de Bitcoin tiveram 10 vezes mais investidores do que os de ouro no 1º trimestre de 2024. No período em questão, o ouro registrou ganhos de 8,5% frente ao dólar americano, já o Bitcoin valorizou 68,7%.
“Segundo os relatórios 13F, 937 empresas profissionais estavam investidas em ETFs nos EUA até 31 de março. Em comparação, os ETFs de ouro tinham 95 empresas profissionais investidas no primeiro trimestre.”
Embora sejam produtos focados mais focados para empresas, outro dado que chama atenção é a proporção dos investidores. Segundo a análise, essas instituições detêm apenas 18,7% dos bitcoins desses ETFs, ficando o resto para o varejo.
“Os investidores individuais detêm a maioria do capital”, continuou Lunde. “Os investidores profissionais possuíam uma exposição de US$ 11,06 bilhões até o final do primeiro trimestre, representando 18,7% do patrimônio líquido total dos ETFs de BTC.”
Um pouco acima dessa média aparecem o ARKB, da Ark Invest, e o HODL, da VanEck. No entanto, isso ocorre porque essas duas gestoras estão comprando seus próprios ETFs. Já a proporção de 39%/61% do BTCW, da WisdomTree, está ligado ao seu tamanho pequeno, de apenas 70 bitcoins.
Presença de nomes famosos deve induzir outros a investirem em Bitcoin
Uma semelhança entre moedas fiduciárias, metais ou criptomoedas é que todas só tem valor porque as pessoas, em seu coletivo, acreditam nisso. Portanto, a crença no Bitcoin demonstrada pelas 937 instituições que compraram Bitcoin no 1º trimestre irá influenciar outras a fazerem o mesmo.
Isso já está acontecendo. Após ver o investimento de R$ 834 milhões em Bitcoin pelo Estado de Wisconsin, Keith Ammon, Membro da Câmara dos Representantes de Nova Hampshire, questionou seus eleitores se eles não deveriam fazer o mesmo.
“O Estado de New Hampshire deveria pensar em alocar uma pequena porcentagem de suas reservas em um ETF de Bitcoin?”
Should the State of New Hampshire investigate allocating a small percentage of its reserves into a Bitcoin ETF? 🧵
— Rep. Keith Ammon (@RepKeithAmmon) May 12, 2024
Na sequência de tuítes, o republicano aponta que o Estado de Nova Hampshire teria tido um retorno de 10.000% caso tivesse investido no Bitcoin em 2016. Segundo o exemplo apresentado, os US$ 4,65 milhões, representando 5% de seu fundo de emergência, teriam se transformado em US$ 473 milhões.
“Se apenas 1% do patrimônio líquido de pensões estatais (US$ 5,5 trilhões) fluísse para o BTC, isso superaria em muito a receita de mineração, levando a uma escassez de oferta em relação à demanda e a um aumento no preço do Bitcoin”, continuou Ammon, apontando para uma previsão de Cathie Wood de que o BTC pode chegar a US$ 2,3 milhões por unidade.
Por fim, o mais esperto parece ter sido o estado de Wisconsin, que já se antecipou aos demais nessa teoria dos jogos. Sendo assim, agora é esperar para ver quais serão os próximos.