O governo da Alemanha publicou uma nota na terça-feira (16) reconhecendo a conclusão da venda de seus 50.000 bitcoins por 2,6 bilhões de euros (R$ 15,8 bilhões). A venda levou 23 dias para ser completada e cinco corretoras foram utilizadas no processo.
Embora a quantia seja alta, equivalente a 0,24% da oferta total dos 21 milhões de bitcoins, as autoridades destacaram que a venda não teve impacto no preço da criptomoeda.
Ou seja, um reconhecimento da liquidez do Bitcoin e da dificuldade que seria manipular o seu preço.
Alemanha explica por que vendeu 50.000 bitcoins
Os 50.000 bitcoins que estavam na carteira da Alemanha haviam sido confiscados de um antigo site de pirataria de filmes e séries no início do ano. Portanto, cedo ou tarde seriam liquidados pelo governo.
O caso ainda não chegou ao seu fim. No entanto, as autoridades explicaram que a pressa estava relacionada ao risco de queda do Bitcoin, tratando a ação como uma “venda de emergência”.
“No contexto de uma “venda de emergência” conforme o parágrafo 111 do Código de Processo Penal, o Ministério Público de Dresden decidiu vender os bitcoins transferidos pelo acusado a curto prazo”, escreveu o governo alemão.
“A venda antecipada de bens valiosos antes do término de um processo penal em curso é legalmente exigida sempre que houver um risco significativo de desvalorização de cerca de 10% ou mais, o que estava presente a todo momento devido às grandes e extremamente rápidas flutuações de preços ligadas a volatilidade do bitcoin.”
Citando números exatos, os 49.858 bitcoins foram vendidos por € 2.639.683.413,92. Hoje a mesma quantia está avaliada em € 2.908.658.017,34, valorizando 10,1% desde então.
Talvez o governo alemão devesse adotar um plano de “hodl de emergência” para ativos com um potencial de valorização desse tamanho.
Agora, os 2,6 bilhões de euros devem ficar guardados até o término do processo contra os três acusados. De qualquer forma, é difícil imaginar que a defesa recupere os fundos.
Governo alemão dá mais detalhes sobre a venda dos bitcoins
Embora afirme que a venda emergencial foi motivada por um risco de desvalorização, o governo alemão é contraditório ao dizer que autoridades não podem fazer especulações sobre ativos a serem vendidos.
“Na venda de emergência, que deve ser realizada o mais rápido possível, é proibido que uma autoridade de aplicação da lei especule sobre o preço dos ativos ou esperar por aumentos de preços.”
Independente disso, o governo alemão cita que o mercado do Bitcoin possui uma grande liquidez. Sendo assim, sua venda não causou nenhuma baixa no preço da criptomoeda. No total, cinco corretoras foram utilizadas ao longo de três semanas e meia.
“Desde o início, menos de 1% do volume de mercado dos bitcoins foi negociado [pelo governo alemão], mais de 90% fora de corretoras (via OTC — balcão)”, escreveu o governo.
“Nesta escala, não houve impacto imediato no preço do bitcoin.”
Finalizando, a Alemanha destaca que esses bitcoins valiam 1,96 bilhão de euros quando apreendidos, em janeiro de 2024. Portanto, as moedas valorizaram 81,8% no período. Uma deputada alemã pediu para o governo parar com a venda, mas não foi atendida.