BlackRock faz alerta sobre ameaça da computação quântica para o Bitcoin

Computação quântica poderia trazer bitcoins perdidos à vida, incluindo 1,1 milhão de moedas pertencentes a Satoshi Nakamoto. Desenvolvedores estão trabalhando em soluções para mitigar esse problema.

A BlackRock, gestora de US$ 11,6 trilhões, atualizou na última sexta-feira (9) um documento sobre seu ETF de Bitcoin, o IBIT. Conforme pode ser observado, a gestora adicionou um novo parágrafo citando os riscos da computação quântica para o Bitcoin.

O texto nota que essa tecnologia pode tornar a criptografia do Bitcoin ineficaz, permitindo que hackers roubem as moedas até mesmo de seu próprio fundo.

Atualmente, a BlackRock administra 614.757 bitcoins (R$ 360 bilhões) em seu ETF. Junto a outras gestoras americanas, a soma chega a 1.175.711 BTC (R$ 688 bilhões), uma prova do sucesso desses produtos em pouco mais de um ano de existência.

BlackRock fala sobre riscos da computação quântica em relação ao Bitcoin

O temor de que a computação quântica é uma ameaça para o Bitcoin se intensificou nos últimos meses com a chegada do Majorana 1, um chip feito pela Microsoft usando arquitetura de núcleo topológico.

Tais computadores ainda estão em estágios iniciais. No entanto, muitos acreditam que eles possam dar um salto significativo de desempenho em questão de anos, não mais em décadas.

No total, estima-se que 6,2 milhões de bitcoins estejam expostos a esse ataque. A quantia é equivalente a R$ 3,6 trilhões, ou 29,5% da oferta total de moedas.

Em atualização sobre seu ETF de Bitcoin, a BlackRock adicionou um parágrafo dedicado a este risco. Segundo a gestora, até mesmo seu fundo está diretamente em perigo.

“Se a tecnologia de computação quântica for capaz de avançar e aumentar significativamente sua capacidade em relação à capacidade dos principais computadores quânticos atuais, ela poderá comprometer a viabilidade de muitos dos algoritmos criptográficos utilizados na infraestrutura de tecnologia da informação em todo o mundo, incluindo os algoritmos usados para ativos digitais como o Bitcoin.”

“Se a computação quântica evoluir nesse sentido, existe o risco de que ela torne a criptografia subjacente à rede Bitcoin ineficaz, o que, se ocorrer, poderá comprometer a segurança da rede Bitcoin ou permitir que um agente malicioso invada carteiras contendo bitcoins pertencentes ao Fundo ou a outros participantes da rede Bitcoin, resultando em perdas para os acionistas”, continuou a BlackRock.

A gestora explica que conforme a computação quântica é uma tecnologia emergente, ainda em desenvolvimento, isso “dificulta a previsão de seu impacto final sobre o valor futuro do bitcoin”.

Desenvolvedores já estão analisando soluções, mas nada foi aprovado

Conforme destacado pela própria BlackRock, diversos desenvolvedores já estão buscando soluções para mitigar esse impacto. No entanto, a gestora nota que isso exigiria um consenso da comunidade e seria necessário realizar um ‘fork’ do projeto para implementar tal atualização.

Dentre as melhorias apresentadas até então está a criação de um endereço P2QRH (Pay To Quantum Resistant Hash). No entanto, isso exigiria assinaturas maiores, tornado a rede do Bitcoin ainda mais custosa.

Similarmente aparece o Quantum-Resistant Address Migration Protocol (QRAMP).

A polêmica, entretanto, é que essa proposta visa congelar os bitcoins que não forem migrados para novos endereços resistentes à computação quântica até determinado prazo.

O medo dos desenvolvedores é que milhões de bitcoins sejam roubados e despejados no mercado.

Isso inclui 1,1 milhão de moedas de Satoshi Nakamoto, parados desde 2009, sem falar de outros. Além de uma venda desse tamanho ter um impacto gigante no preço do Bitcoin, o próprio pânico de que isso possa acontecer também pode afetar o mercado.

Por fim, embora o alerta da BlackRock seja real, alguns membros da comunidade notaram que o texto é apenas uma divulgação básica de risco. Ou seja, trata-se de um problema que ainda não existe.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.
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