Deputado quer parar regras para corretoras de bitcoin do Banco Central do Brasil

Parlamentar do Sergipe disse que a legislação do Marco das Criptomoedas não equipara stablecoins a moedas estrangeiras, mas o Bacen extrapolou conceito com sua "exorbitação normativa"

O deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) apresentou um novo Projeto de Decreto Legislativo no Congresso Nacional para sustar as novas regras apresentadas pelo Banco Central do Brasil para as corretoras de bitcoin e criptomoedas na segunda-feira (10). A proposta do parlamentar chega para discussão nesta terça-feira (11).

Sustam os efeitos das Resoluções do Banco Central do Brasil nº 519, nº 520 e nº 521, de 10 de novembro de 2025, que dispõem sobre o enquadramento regulatório de representações digitais de valor lastreadas em moeda estrangeira, bem como sobre sua classificação operacional no âmbito do mercado de câmbio“, diz o novo PDL 1.007/2025.

O foco da nova proposta é a ação do banco central de incluir as stablecoins associada ao mercado de câmbio do Brasil. Conforme explicado pelo parlamentar, “trata-se de uma alteração profunda na arquitetura financeira nacional, com impactos econômicos e tributários de grande magnitude, cuja implementação extrapola de forma evidente o poder regulamentar delegável a uma autarquia federal, justificando a atuação do Congresso Nacional para sustar os atos, conforme autoriza o artigo 49, inciso V, da Constituição Federal“.

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O que deputado federal apresentou como justificativa para parar as três resoluções do Banco Central do Brasil que chegaram para as corretoras de bitcoin e criptomoedas na última segunda?

Para Rodrigo Valadares, a Lei nº 14.478/2022 criou um clima de regulação das corretoras de criptomoedas e bitcoin que operam no Brasil. A tramitação do projeto que resultou na sanção presidencial, contudo, não chegou a considerar que stablecoins tinham qualquer relação com o mercado cambial, diz o parlamentar.

Essa redefinição não decorre de mera interpretação técnica, mas de verdadeira
criação normativa: stablecoins nunca foram consideradas legalmente instrumentos de câmbio e tampouco há, na legislação vigente, qualquer autorização para que o Banco Central as enquadre dessa forma. A Lei nº 14.478/2022 (Marco Legal das Criptomoedas) deliberadamente não equiparou stablecoins à moeda estrangeira, não as integrou ao regime de câmbio e tampouco autorizou o Banco Central a alterar sua natureza jurídica. A autarquia, portanto, ultrapassou sua competência“, justificou.

Para ele, associar as stablecoins com o mercado cambial coloca estes ativos virtuais na mira da cobrança de impostos, como IOF-câmbio, por exemplo. De acordo com Valadares, o impacto para a indústria brasileira de fintechs, corretoras de criptomoedas e outras empresas interessadas no mercado é um dos piores, levando os consumidores para plataformas estrangeiras não regulamentadas.

Essa falta de transparência regulatória contraria os princípios previstos na Lei de Liberdade Econômica (Lei nº 13.874/2019), especialmente no que se refere à necessidade de fundamentação para atos que impactam a atividade econômica“, acrescentou.

A tramitação de um Projeto de Decreto Legislativo fica restrita ao Congresso Nacional, não precisando de sanção presidencial para ser aprovada. Ou seja, caso o PDL avance com amplo apoio dos deputados e senadores, pode parar as regras do Bacen que impactam o mercado cripto brasileiro.

“Sustar regras não é o mesmo que rejeitar regulação”

Valadares também explicou que sua apresentação contrária a atual regra do regulador financeiro não é uma forma de rejeição às regras. Assim, ele entende que sustar as resoluções apresentadas pelo Banco Central do Brasil é uma forma de levar ao Congresso o debate.

Sustar as Resoluções não significa rejeitar a necessidade de regulação das stablecoins — significa apenas que essa regulação deve ser feita via lei, por meio de debate democrático, com amplo diálogo com especialistas, com a sociedade e com o setor produtivo, e não por meio de resoluções administrativas que alteram a ordem jurídica de forma unilateral“, seguiu explicando.

Em fase inicial de tramitação nesta terça, a proposta ainda precisa de análise para avançar, mas já mostra que um legislador já encontrou possíveis problemas nas diretrizes do Bacen.

Deputado pede que Congresso Nacional suste resoluções do banco central que impactam corretoras de bitcoin no Brasil
Deputado pede que Congresso Nacional suste resoluções do banco central que impactam corretoras de bitcoin no Brasil (Foto/Reprodução)

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.
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