A Bolívia, país latino que passa por uma forte crise econômica, anunciou diversas medidas nesta terça-feira (25) para lidar com a situação. Dentre elas está a integração de criptomoedas no sistema financeiro tradicional, iniciando por stablecoins.
Além disso, o governo também estará eliminando impostos sobre grandes fortunas, suspendendo impostos sobre transações financeiras, cortes de gastos e uma busca investimentos superiores a US$ 9 bilhões para projetos públicos e privados.
As novidades foram apresentadas por José Gabriel Espinoza, novo ministro da fazenda da Bolívia. Ele foi indicado por Rodrigo Paz, eleito presidente do país no mês passado.
Bolivianos já estavam usando criptomoedas para fugir da crise
O uso de criptomoedas pode governo boliviano começou antes mesmo de Rodrigo Paz vencer as eleições. Em março, o então presidente Luis Alberto Arce Catacora assinou um decreto para que a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) importasse combustíveis usando criptomoedas.
Isso porque o país estava sem dólares em caixa para realizar esses pagamentos.
A situação também afetou a população. Sem gasolina nos postos, cidadãos bolivianos faziam filas para tentar abastecer seus veículos.
Somado a isso, a Bolívia também mantinha um câmbio fixo em sua moeda. No entanto, o dólar paralelo era negociado pelo dobro dessa razão.
Comerciantes poderiam precificar seus produtos em dólar, mas isso não bastaria para fugir do câmbio fixo quando aceitassem a moeda local como pagamento. Portanto, uma alternativa encontrada foi usar o USDT nas prateleiras com dados da Binance, em específico no par BOB/USDT (Bolivianos/USDT).
Dados de junho apontavam que a negociação de criptomoedas havia crescido 630% no país, refletindo a busca da população para proteger suas economias.
Bolívia recorre às criptomoedas para lidar com crise econômica
Já nesta terça-feira (25), José Gabriel Espinoza, novo ministro da fazenda da Bolívia, anunciou que o país estará integrando as criptomoedas ao sistema financeiro tradicional.
Segundo apuração da Reuters, o plano do governo boliviano é começar justamente com as stablecoins.
Os bancos poderão oferecer serviços como contas de poupança, cartões de crédito e empréstimo com criptomoedas.
“Você não pode controlar cripto globalmente, então precisa reconhecê-la e usá-la a seu favor”, comentou Espinoza.
Enquanto o governo determina que 1 dólar é equivalente a 6,96 bolivianos, o dólar paralelo é negociado a 12,63 BOB no país. A adoção das criptomoedas pelo governo deve gerar mais impacto no câmbio.