O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou recentemente uma breve nota sobre El Salvador. Como destaque, a instituição elogia o crescimento econômico do país, com PIB projetado para crescer 4% neste ano, mas continua pressionando o posicionamento pró-Bitcoin de Bukele.
No início do ano, o FMI proibiu que El Salvador comprasse Bitcoin. No entanto, o país continua registrando compras de 1 BTC por dia, bem como um aporte de 1.009 bitcoins em novembro, enquanto a criptomoeda operava em queda.
Antes disso, em julho, o FMI afirmou que essas movimentações não eram compras, mas sim movimentações entre carteiras de moedas que já pertenciam a El Salvador. O governo salvadorenho não se pronunciou sobre o assunto.
O cabo de guerra entre o FMI e El Salvador sobre o Bitcoin
Nayib Bukele fez uma transformação rápida e ligeira em El Salvador após ser eleito presidente em 2019. Além de ser lembrado pela prisão de cerca de 90 mil pessoas em sua guerra contra as gangues, o país virou sinônimo de Bitcoin ao adotá-lo como moeda de curso legal.
Em nota publicada na última segunda-feira (22), o FMI elogiou os avanços econômicos do país, bem como suas políticas de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo.
“A economia está se expandindo em um ritmo mais rápido do que o previsto, impulsionada pela melhora na confiança, remessas recordes e investimentos robustos. Projeta-se que o crescimento do PIB real atinja cerca de 4% este ano, com excelentes perspectivas para o próximo ano.”
Embora o FMI reconheça que a economia salvadorenha esteja em ascensão, a instituição continua cobrando o país em relação às suas políticas pró-Bitcoin.
“As negociações para a venda da carteira digital governamental Chivo estão bem avançadas, e as discussões sobre o projeto do Bitcoin continuam, centradas no aumento da transparência, na proteção dos recursos públicos e na mitigação de riscos”, escreveu o FMI.

Ainda em maio, o FMI recomendou que El Salvador vendesse a carteira Chivo até julho de 2025. Embora o prazo não tenha sido cumprido, tudo indica que Bukele aceitou esse termo.
Antes disso, em janeiro, senadores salvadorenhos aprovaram, com 55 dos 57 votos a favor, um projeto de lei para o Bitcoin deixar de ser moeda de curso forçado no país.
As conversas entre FMI e El Salvador envolvendo esse cabo de guerra sobre o Bitcoin estão ligadas a programas de crédito.
Neste caso seria um pacote de aproximadamente US$ 1,3 bilhão com foco na estabilização das finanças públicas, diminuição da dívida governamental e impulsionamento do crescimento econômico por reformas estruturais.