A VIK Traders é uma empresa apontada como suposta pirâmide financeira, já com investigações até na Polícia do DF. Para uma investidora, a VIK Traders seria uma fraude e teria até um sócio oculto, que teria lesado inúmeras pessoas com promessas de rendimentos fixos com criptomoedas e forex.
Com sede no Panamá, de acordo com informações públicas da empresa, a VIK Traders captou investidores brasileiros. A proposta era de obter rendimentos diários de 3%, com possíveis investimentos em criptomoedas.
Desde 2019, entretanto, a VIK Traders não paga os clientes o que era prometido. Alguns entraram na justiça em busca de reaver seu capital, ao mesmo tempo, um inquérito policial segue pistas para apurar a situação da suposta pirâmide financeira.
Empresa que supostamente captou mais de R$ 100 milhões em golpe, é processada por investidora que não teve acesso a saques prometidos
A VIK Traders afirmava aos seus clientes que realizava operações com forex e criptomoedas. Dessa forma, seria possível obter rendimentos garantidos com as operações, de até 3% ao dia. No Brasil, o mercado de forex é proibido, logo a empresa não tinha autorização de funcionamento pela CVM.
De acordo com um processo que corre na justiça do Distrito Federal, uma investidora alega que a suposta pirâmide captou pelo menos U$ 25 milhões dos clientes. Na cotação do dólar hoje, o valor daria mais de R$ 134 milhões, quantia que após cinco meses de operação teria se tornado U$ 1.5 milhão, ou seja, R$ 8 mi.
Para a investidora do DF, a empresa além de fraude, ainda teria um sócio oculto, que seria José Carlos Martins. O juiz que cuida do caso pediu explicações para José, que negou participação como líder do esquema, sendo também uma vítima da VIK Traders.
Para José, apenas o CEO Walter Anders seria líder da suposta pirâmide. Em vídeos de redes sociais da empresa, também é citado Andrés Leyton como presidente da VIK Traders. Mesmo assim, a investidora defende que José seja líder oculto do esquema, mesmo que ele negue.
Dessa forma, o juiz Thiago de Moraes Silva, do TJDF, declarou que a autora terá mais tempo para provar a ligação entre José e a VIK Traders, com o réu ainda figurando no polo passivo do processo. A autora, que é advogada, investiu R$ 50 mil em março de 2019, mas após julho daquele não teve acesso ao seu investimento mais.
Empresa dona da VIK Traders presta serviço para Itaú, HSBC e City Bank, aponta processo
O prejuízo em torno de 94% do valor arrecadado com as supostas operações levaram a VIK Traders a suspender pagamentos aos clientes, em julho de 2019. De lá para cá, inúmeros clientes da empresa certamente aguardam pelos pagamentos, com várias reclamações já registradas no Reclame Aqui contra a empresa.
Além disso, no processo consta que a Smart Tecnologies Internacional, dona da VIK Traders, presta serviço para grandes bancos. Dentre eles, estaria um dos maiores do Brasil, o Itaú, além do HSBC e City Bank.
Conforme narrado na emenda à inicial consolidada de id. 50475570, em março de 2019, a autora foi convidada a investir em uma plataforma internacional de arbitragem de criptomoedas chamada VIK TRADERS. A plataforma pertence à empresa Smart Tecnologies Internacional, a qual presta serviços para os bancos Itaú, HSBC e City Bank.
Como funcionava o suposto esquema, segundo investidora?
A empresa afirmava possuir robôs de mineração de Bitcoin, que operavam sete dias por semana. Os rendimentos obtidos durante a semana eram repassados para os investidores, sendo os do final da semana da própria empresa.
Para investir, os clientes deviam enviar exclusivamente Bitcoin para a VIK Traders, que seriam convertidos em pacotes de investimentos. Além disso, a empresa cobrava uma taxa mensal de aluguel dos robôs, de 5% dos rendimentos obtidos.
Os kits variavam entre $ 100,00 (cem dólares norte-americanos) e $ 4.800,00 (quatro mil e oitocentos dólares norte-americanos), sem limite de quantidade de kits por investidor, e os investidores ganhariam comissões para indicar novos investidores.
O último pronunciamento público da VIK Traders para seus clientes foi em setembro de 2019, pelo Facebook oficial. Após essa data não é possível ver mais publicações da empresa, que continua recebendo reclamações no Reclame Aqui. O processo da investidora contra a VIK Traders ainda segue sob apuração na justiça, buscando responsáveis pelo possível golpe.