Santander deverá indenizar empresa que foi alvo de vírus

Decisão do tribunal afirma que empresa deve ser responsável pela segurança de seus produtos.

O Banco Santander deverá indenizar uma empresa de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Após uma transação ser realizada pelo aplicativo do banco sem autorização da empresa, a justiça brasileira foi acionada.

O Brasil virou de fato um dos países alvos de hackers nos últimos anos. Em uma matéria veiculada pelo Livecoins no final de 2019, ficou claro que facções cibernéticas estariam mirando o maior país sul-americano.

Os bancos então são alguns dos principais alvos dessas facções cibernéticas. Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus levando as pessoas a realizar transações online, as fraudes aumentaram.

A decisão foi publicada pelo TJMG nos últimos dias e joga pressão para que bancos cuidem da segurança cibernética.

Santander deverá indenizar empresa produtora de borracha de Belo Horizonte

Os chamados vírus de computador são antigos e causam mal por onde passam. Assim como os vírus biológicos, os vírus de computador tentam se reproduzir em sistemas e causar mal as vítimas.

Uma das categorias de vírus mais conhecidas são os chamados Cavalos de Troia. Assim como o cavalo criado pelos gregos para enganar os troianos, esses vírus se passam por softwares legítimos. Ou seja, quando uma vítima baixa um programa e o executa, o problema começa.

E o banco Santander no Brasil deverá indenizar uma empresa por conta de um cavalo de Troia. Na primeira instância, o TJMG havia dado parecer favorável para que o Santander devolvesse para a empresa a soma de R$ 80 mil.

No entanto, o banco Santander recorreu da decisão na segunda instância do tribunal. O banco alegou que não era culpado pela falha da empresa e não concordava com a indenização.

De acordo com a decisão da 2.ª Instância do TJMG, o entendimento é que o Banco Santander é culpado pela falha.

“- Cabe à instituição financeira a obrigação de ofertar segurança às operações realizadas através de seu site oficial, sendo responsável, objetivamente, pelos danos causados aos seus correntistas pelos serviços prestados.
– Constatado que o cliente não efetuou, solicitou ou autorizou transferência de valores da sua conta corrente, e provado que a mesma foi invadida por um fraudador, exsurge o dever do banco de indenizar os danos causados”, cita a decisão do tribunal mineiro

Caso joga ainda mais pressão sobre bancos brasileiros ao garantir a prestação de serviços online com segurança

O processo perdido pelo Santander joga ainda mais pressão sobre o sistema bancário brasileiro. Além da alta concorrência, impulsionada com o PIX, por exemplo, os bancos ainda deverão garantir acesso digital com segurança para clientes.

Isso porque, principalmente com a pandemia da COVID-19, mais pessoas transacionam pela internet hoje. Ou seja, o crescimento do dinheiro digital é uma realidade no Brasil e os fraudadores buscam criar golpes sofisticados.

De acordo com uma live da Febraban gravada na última sexta (30), há um enorme crescimento dos crimes cibernéticos no Brasil hoje. Partiparam da live os especialistas Adriano Volpini, diretor de Segurança do Itaú Unibanco, Erik Siqueira, agente da Polícia Federal e Aldo Albuquerque, VP de Customer Delivery da Tempest Security Intelligence.

Na opinião dos analistas, as pessoas devem tomar cuidados com o acesso a plataformas online. Contudo, segundo a decisão do TJMG desfavorável ao Santander, os bancos também deverão garantir plataformas seguras.

Os especialistas acreditam que é fundamental educar a população brasileira sobre os pagamentos digitais. Desse modo, a melhor prevenção contra os crimes cibernéticos relacionados a pagamentos digitais hoje seria a educação, garantem os especialistas.

Confira a live da Febraban na íntegra abaixo:

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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