China não dá trégua para o Bitcoin e publica novo alerta: “Não é e não será moeda”

As criptomoedas na China enfrentarão maior escrutínio e supervisão, advertiu a mídia estatal neste domingo (23).

Em meio à queda do Bitcoin e de todo mercado de criptomoedas, a agência de notícias oficial do governo chinês lançou um novo ‘bombardeio’ contra a moeda digital neste domingo (23).

Em uma publicação intitulada “Eliminar urgentemente a agitação e o caos em torno das moedas virtuais”, a agência de notícias do governo reforça o alerta feito no início da semana passada, onde três associações ligadas ao banco central do país apontavam para os riscos das transações com criptomoedas. “O caos no mercado de moeda virtual deve ser interrompido.”, diz a nova publicação.

O texto mais recente agora cita quatro “principais riscos” associados à negociação e ao uso de criptomoedas: mercado, transacional, tecnológico e jurídico.

“Em resposta a vários riscos e problemas jurídicos que surgem no processo de transferência e especulação em Bitcoin e outras moedas virtuais, foram previamente lançadas em nosso país medidas para eliminá-los.

No entanto, muitos investidores ignoram os avisos. Várias instituições de pagamento e líderes de campo fornecem suporte para a mineração e negociação de moedas virtuais, como Bitcoin. O Comitê de Finanças elevou os requisitos relevantes ao nível estadual.”

De acordo com o Wu Blockchain, a principal mídia oficial do governo estampou o alerta na capa do jornal desta segunda-feira (24), atacando a mineração e o comércio de Bitcoin.

“Não é e nem será moeda”

Dentre varias criticas contra as criptomoedas, o texto afirma que o Bitcoin “não é e não se tornará uma moeda”, os investidores não devem negociar o ativo digital e as instituições financeiras devem apoiar a regra, isso é, não permitir que os usuários realizem operações com criptomoedas.

O texto também menciona medidas que o governo tomará para prevenir as infrações, incluindo “fortalecer a luta contra a mineração e o comércio, mantendo a ordem econômica e financeira normal e criando melhores condições para o lançamento do yuan digital”.

O jornal ainda alerta sobre a responsabilidade das empresas que continuam a oferecer serviços de criptomoedas para a população, uma violação da lei.

Os mineradores chineses são responsáveis por mais de 60% da mineração de Bitcoin e, portanto, possuem grandes quantidades da moeda digital. Assim, subestimar o impacto dos investidores chineses no mercado pode ser uma péssima ideia.

“No momento, não há nenhuma informação definitiva além da declaração do Conselho de Estado. Devido a essa incerteza, qualquer pequena notícia e até mesmo rumores podem causar volatilidade no mercado. É muito provável que o caos persista na próxima semana ou mesmo no mês.”, diz o jornalista Colin Wu do Wu Blockchain.

A mais recente ofensiva da China contra o Bitcoin ocorre em meio a expectativa do lançamento do Yuan digital, um movimento que alguns analistas dizem que vai “usurpar” algumas criptomoedas.

As instituições financeiras chinesas, agora proibidas de se envolver com criptomoedas, estão adotando a moeda digital da China.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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