A regularização das stablecoins é nossa culpa

O governo americano continua pressionando as stablecoins, na última segunda-feira o Departamento do Tesouro dos EUA emitiu um relatório no qual pede para que o congresso aprove uma lei que trate emissores de stablecoins como bancos. E a culpa é nossa.

Dentre as várias opções de stablecoins no mercado, incluindo duas que não lidam com moedas fiduciárias para manter o seu lastro, parece que escolhemos a pior opção possível. E é claro que o governo aproveitará a oportunidade para entrar no jogo.

Vale destacar que o governo não está preocupado com o Bitcoin, ou até mesmo com protocolos de DeFi realmente descentralizados, afinal eles não podem fazer nada a respeito e sabem que se trata, no caso do BTC, de um negócio legítimo.

A culpa é nossa

Este é o mercado mais livre que temos, ele permite que escolhamos quais exchanges, carteiras, moedas e serviços usar. Podendo ser o exemplo perfeito de que não precisamos de um Estado para ditar regras. Todavia, este não parece ser o caso.

Hoje temos seis stablecoins com uma oferta superior a 1 bilhão de dólares, além de uma sétima com 945 milhões. Ou seja, temos sete opções de escolha, duas delas sequer utilizam contas bancárias: Dai (DAI) e TerraUSD (UST).

Valor de mercado das seis maiores stablecoins. Fonte: Coingecko

Todavia, a stablecoin com maior número de moedas em circulação e volume de negociações, desde seu surgimento, é a que menos oferece transparência. A Tether (USDT) enfrenta críticas sobre a falta de auditorias públicas há anos, bem como a falta de informações mais precisas quando estas foram realizadas.

Um bom negócio, para eles

A Tether chegou a mudar as informações em seu site, em 2009, onde antes era indicado que suas reservas eram lastreadas em dólar em suas reservas, agora encontramos uma nota alegando que suas reservas estão não só em dinheiro como equivalentes a dinheiro, podendo incluir empréstimos feitos para outras empresas, incluíndo entidades afiliadas.

A crise imobiliária da China, com foco na Evergrande, novamente trouxe preocupações para usuários de USDT em setembro. Como ninguém sabe quais papéis comerciais a Tether possui, esta crise poderia muito bem representar perdas deste lastro.

No mês passado, outubro, a Tether também pagou uma multa de 42,5 milhões de dólares devido a descoberta de que o USDT não tinha lastro de 1:1 em pelo menos um período entre junho de 2016 e fevereiro de 2019, além de outras acusações. Uma multa bem pequena, quando comparada ao tamanho desta stablecoin, para ter o caso arquivado.

Além disso, os 71 bilhões de dólares da Tether podem ser investidores como eles querem. Ou seja, quem possui USDT está na verdade emprestando dinheiro à empresa, onde os lucros ficarão para ela e o prejuízo será dividido entre todos. E é claro que as outras stablecoins estão seguindo um caminho parecido.

Com isso, é óbvio que o governo dos EUA está querendo regulamentar este setor, a stablecoin mais utilizada pelo mercado é a que mais oferece riscos aos usuários. Por fim, este é só o começo da história, o próximo passo é rastrear transações e muito provavelmente congelar cada vez mais carteiras. E a culpa é nossa, por não saber escolher.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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