Atlas Quantum: Grupo no Facebook reúne pessoas para iniciar ação coletiva contra empresa

No facebook, um grupo de investidores se preparam para entrar com ação coletiva contra a Atlas Quantum, empresa que oferecia rentabilidade em bitcoins, mas foi surpreendida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que declarou como irregular as atividades da empresa no Brasil.

De acordo com a comissão, a Atlas oferecia investimentos em bitcoins, que poderiam ser considerados como contratos coletivos, neste caso, só poderiam operar no país após aprovação da CVM.

O CEO do Atlas Quantum visitou a sede da CVM no Rio de Janeiro para tratar do assunto e anunciou a contratação de uma auditoria internacional e independente para dar mais transparência aos negócios.

Atlas passa por teste de liquidez

Desde que que foi notificada pela CVM, a Atlas passou a receber um volume “atípico” de solicitações de saque. Por não conseguir atender ao prazo estipulado nos termos de uso, D+1, usuários foram as redes sociais para reclamar da demora, que passou para D+2, D+4, D+8 e agora, D+30, o equivalente a 45 dias dias, se for contar apenas dias úteis.

Na última semana, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, a Atlas possuía 1.510 bitcoins em saques atrasados, mais de duas mil solicitações, o equivalente a R$ 65 milhões na cotação do bitcoin hoje.

Desde que a CVM “pesou sua mão” sobre a Atlas, vários usuários afirmaram que a liquidez da empresa seria colocada a prova. E parece que é justamente o que vem acontecendo. Na mesma velocidade que o medo toma conta da comunidade de criptomoedas, a reputação da empresa no Reclame Aqui vem sendo impactada, nos últimos dias, a empresa já recebeu mais de 300 reclamações relacionadas a dificuldade de saques.

Grupo vai iniciar ação conjunta contra a Atlas Quantum

Um grupo no Facebook está reunindo pessoas que se sintam lesadas pela Atlas Quantum – pelo não cumprimento de saques em bitcoins – para dar inicio em uma ação coletiva. De acordo com o administrador do grupo, Eduardo Maltez Silva, o objetivo é “iniciar um processo conjunto (ou individual) contra a Atlas”. Ele afirma: “Aqueles que possuem mais de 0,2 BTC (R$ 8.626) na plataforma e menos de 3 BTC (R$ 12.939) poderão entrar no processo coletivo.”

A reportagem do Livecoins entrou em contato com o grupo e questionou se a ação seria iniciada de imediato ou se aguardariam a Atlas cumprir o prazo de D+30 informado pela empresa. A resposta foi direta: “não…pois eles estão em incumprimento desde o D+2, mas quem quiser entrar mais tarde e esperar… que o faça. Pois o advogado fica com 10% então depende de cada um… análise de risco”.

Basicamente os usuários estão com medo da Atlas estar sem liquidez, e neste caso, não haveria dinheiro para pagar todos que acreditaram na empresa. Na justiça, é comum nesse tipo de situação que receba aqueles que entram primeiro. O administrador do grupo disse também que o advogado que cuidará da situação será pago apenas em caso de êxito, com 10% do beneficio financeiro.

Até o fechamento da reportagem, o grupo já contava com 14 pessoas. Questionada pela equipe de reportagem do Livecoins, a Atlas respondeu em nota:

“O Atlas Quantum informa que está se empenhando ao máximo, com equipe dedicadas em suas operações, para resolver a questão dos saques dos clientes no prazo mais breve possível.”

 

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Mateus Nunes
Mateus Nuneshttps://livecoins.com.br
Fundador do Livecoins. Formado em Ciência da Computação e profissional de segurança da informação há mais de 10 anos. Escreve sobre Bitcoin desde 2012. Tradutor do site Bitcoin.org

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