Advogados que moveram um processo contra o famoso caso “Bitcoin Rain” foram abandonados por seus clientes, quando o processo se aproxima de um desfecho.
Há nove anos representando os clientes sem receber nenhum valor estavam os advogados do famoso escritório Opice Blum, Bruno e Vainzof Advogados Associados.
Na história das criptomoedas no Brasil, o episódio é considerado um dos maiores ataques hackers envolvendo o suposto roubo de bitcoins. Estão envolvidos no episódio a corretora Mercado Bitcoin e seu antigo dono, Leandro César, que é acusado de ser o responsável da fraude contra investidores ainda em 2013.
Com o novo processo, o curioso caso do Bitcoin Rain ganha mais uma repercussão em 2022.
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Advogados processam próprios clientes em caso do Bitcoin Rain
Um dos casos mais controversos da chegada do Bitcoin no Brasil ocorreu em 2013, quando a moeda digital começou a ganhar adeptos no país.
Na ocasião, o então fundador da corretora Mercado Bitcoin foi acusado de criar um esquema fraudulento de investimentos na moeda digital. Chamado “Bitcoin Rain”, que deixou milhares de investidores no prejuízo e chegou a receber alerta da CVM em 2012.
As vítimas do esquema moveram processo contra a corretora Mercado Bitcoin e seu fundador, firmando um acordo com um famoso escritório de direito digital de São Paulo. No contrato, os clientes afirmaram que não tinham dinheiro para mover o processo, mas renunciariam a 60% dos ganhos com a causa para seus advogados quando a sentença fosse dada.
Há 9 anos então, o Opice Blum, Bruno e Vainzof Advogados Associados vinha defendendo os clientes que pedem a restituição de 2.182 bitcoins (R$ 24 milhões), aguardando que 60% do valor fosse dado ao escritório no fim do processo, que pode ocorrer a qualquer momento.
Mas nos últimos meses, os clientes trocaram de advogados na causa, mesmo após terem tido sua representação há quase uma década sem custos e com grandes avanços. Na justiça, o escritório então contou haver um contrato com esses clientes para o juiz.
Juiz define que escritório abandonado é terceiro interessado em processo
Ao ver essa situação de troca de advogados após 9 anos, o magistrado definiu na última quinta-feira (18) que o escritório é agora um terceiro interessado do processo, que deverá receber um percentual após o fim do processo.
“Anote-se a sociedade de advogados como terceiro interessado, bem como a reserva de honorários contratuais. Em relação à fixação de percentual proporcional de eventuais honorários sucumbenciais, a questão deverá ser relegada em momento oportuno.”
Não está claro ainda quando o processo movido por clientes será encerrado na justiça, mas a situação do infame “Bitcoin Rain” ganha mais um desdobramento curioso.