O criptomercado é constantemente prejudicado pela ação de diferentes pirâmides financeiras que se tornaram um problema para o mercado. E isso vai muito além de simplesmente fazer várias pessoas perderem dinheiro, mas também por chamarem a atenção dos reguladores. Recentemente, a África do Sul anunciou que quer ter mais controle sobre as transações de bitcoins após a queda do maior esquema Ponzi da história do país.
De acordo com informações da Bloomberg, os reguladores do país africano querem mais poder para perseguirem e combaterem esses tipos de golpes e fraudes envolvendo criptomoedas. Para isso, eles querem garantir mais supervisão sobre as transações dos ativos digitais.
O motivo que desencadeou essa nova ânsia por controle do país foi justamente a queda do esquema Mirror Trading International (MTI), que prometia lucros com Bitcoin, mas, claro, não passava de mais uma fachada para um esquema de pirâmide como já conhecemos. A empresa entrou em liquidação no no final de 2020 após clientes terem problemas ao realizarem saques em suas contas pessoais.
Pouco antes dos problemas, e acabar ruindo, o esquema dizia ter mais de 260 mil membros em todo o mundo e chegou a captar mais de 23.000 bitcoins, quantidade que tem valor aproximado de US$ 740 milhões (pouco mais de R$ 3,9 bilhões), sendo a maior pirâmide da história da África e uma das maiores do mundo.
A MTI, assim como outras pirâmides, acabou tendo problemas com o aumento nos pedidos de saques após a alta história do Bitcoin durante a transição de 2020 para 2021. Ainda de acordo com o site de notícias, quatro autoridades vão começar a rastrear as ações da MTI e seus investidores, tentando liquidar o máximo possível da firma para, talvez, pagar os vítimas, tentando recuperar o dinheiro que foi para os principais líderes da pirâmide.
Em investigação inicial, a Autoridade de Conduta do Setor Financeiro (FSCA, na sigla original) descobriu que a MTI não possuía nenhum registro de participantes a não ser uma lista de 170 mil e-mails encontrados.
Autoridades querem mais controle após a queda do Mirror Trading International
Em entrevista à Bloomberg, o chefe da FSCA, Brandon Topham, disse que o órgão está criando propostas para regular e controlar melhor as transações em Bitcoim e também de outras criptos como XRP, Litecoin e Ethereum. Para resolver o caso da MTI, a FSCA conta com a cooperação de uma unidade de elite da polícia local.
“No momento em que algo se torna um esquema Ponzi, nós perdemos a nossa jurisdição. Nós precisamos da ajuda da polícia e da autoridade de promotoria para conseguir colocar os suspeitos na cadeia.”
Ainda não se sabe o que o governo pode estar planejando, ou se isso vai ter algum desenvolvimento além dessas propostas. Mas é um fator preocupante como esses casos fazem com que a regulamentação pesada do Bitcoin volte a ficar em alta.
Lembrando que importantes nomes do setor financeiro acreditam que é o controle governamental que pode acabar com a moeda digital.
CEO da Mirror Trading continua desaparecido e pode estar no Brasil
O caso da Mirror Trading International já estava nas notícias anteriormente por causa do desaparecimento do CEO da empresa, Johann Steynberg. De acordo com os sócios que não fugiram, eles foram enganados por Johann, que jurava que a empresa era legítima, mas que sabiam que ela não tinha a autorização para atuar no país.
Quando tudo começou a dar errado Johan sumiu da África do Sul e nem ao menos sua família sabe de seu paradeiro. Alguns entes próximos acreditam que ele foi visto pela última vez em São Paulo.