Uma série de ameaças de bomba tem alarmado autoridades e varejistas nos Estados Unidos nos últimos meses, levando à intensificação de investigações para identificar os responsáveis pelos atos criminosos.
Grandes redes de supermercados americanas, como a Walmart e a Whole Foods Market da Amazon, têm sido alvo de ameaças em várias regiões.
As autoridades relatam que os golpistas exigem bitcoin, vales-presente ou dinheiro, ameaçando detonar explosivos caso seus pedidos não sejam atendidos.
Em um dos incidentes, uma pessoa entrou em contato com um funcionário da Whole Foods Market, em Chicago, informando que uma bomba caseira havia sido colocada na loja e exigindo o pagamento de US$ 5.000 em bitcoin.
Já em uma loja da Kroger, uma funcionária recebeu uma ligação de um suspeito que exigiu uma transferência de dinheiro e ameaçou explodir uma bomba caso a polícia fosse acionada.
Os estabelecimentos prontamente alertaram as autoridades, resultando na evacuação dos locais mencionados. Contudo, nenhuma evidência de artefatos explosivos foi encontrada nas buscas realizadas.
Golpistas ameaçam explodir lojas
A prática de ameaças de bomba com pedido de resgate é considerada incomum e parece ser uma nova forma de extorsão direcionada aos varejistas, conforme relatam especialistas em segurança e do setor.
Um grupo comercial está compartilhando informações sobre as ameaças recebidas e as respostas adotadas, buscando colaborar com as investigações. A Kroger ressaltou que está trabalhando em conjunto com a polícia local e o Federal Bureau of Investigation (FBI), priorizando a segurança de seus funcionários e clientes.
O Walmart, por sua vez, diz estar cooperando com investigadores locais, estaduais e federais. O FBI informou que está solicitando ao público que esteja atento ao seu entorno e denuncie qualquer atividade suspeita às autoridades.
Apesar dos esforços da polícia em investigar as ameaças, a tarefa tem se mostrado desafiadora devido ao uso de números de telefone bloqueados pelos golpistas, dificultando a rastreabilidade.
A localização e a natureza organizada dos indivíduos também permanecem incertas. Até o momento, as lojas afetadas não receberam múltiplas ameaças, e alguns golpistas não exigiram pagamentos, de acordo com informações fornecidas pela polícia.
Polícia pede que lojas não paguem
As autoridades policiais destacam a importância de tratar todas as ligações com seriedade. As empresas não devem efetuar pagamentos, e os funcionários das lojas que interagem com as ameaças devem buscar obter o máximo de informações possível para auxiliar na identificação dos responsáveis.
A recente onda de ameaças de bomba com pedidos de resgate contra varejistas teve início há alguns meses e intensificou-se nos EUA, conforme relata o Wall Street Jornal.
Os golpistas solicitam pagamentos que variam de centenas a milhares de dólares. A Whole Foods recomendou que os líderes de suas lojas revisem os protocolos de ameaças de bomba com os funcionários, após várias lojas receberem ameaças de pagamento.
De acordo com um memorando recente, os funcionários são instruídos a reportar tais ameaças aos líderes das lojas, que realizam buscas em busca de pacotes suspeitos.
A Whole Foods enfatizou que não compartilha publicamente seus protocolos de resposta a ameaças de bomba, visando proteger clientes e funcionários.
A empresa afirma ter desenvolvido esses protocolos com base em orientações das agências policiais locais e federais.
Barbeiro detona bomba caseira em supermercado brasileiro
Em abril, um barbeiro foi preso pela polícia civil do Mato Grosso, suspeito de ser o responsável pela detonação de uma bomba caseira em um supermercado no Mato Grosso, após tentativa de extorquir o dono do estabelecimento, mediante o pagamento em bitcoin.
Ele esperava receber R$ 300 mil como pagamento, como o dono do estabelecimento não deu muita atenção, uma bomba caseira acabou detonada em uma loja, ferindo duas pessoas, sendo uma delas uma criança de sete anos.
Nos EUA, as ameaças de bomba são apenas um dos muitos desafios de segurança enfrentados atualmente, juntamente com tiroteios, roubos e outros problemas de segurança.
Além disso, a audácia dos golpistas aumentou nos últimos anos, levando as empresas a contrataram mais seguranças, a adotarem medidas de segurança mais rígidas, como o trancamento de produtos, e a ajustarem os horários de funcionamento.
Os varejistas continuam colaborando com as autoridades policiais para investigar as ameaças de bomba e garantir a segurança de seus funcionários e clientes. As investigações estão em andamento para identificar os responsáveis por tais incidentes e combater essa nova forma de extorsão contra o setor varejista.