Na última sexta-feira (1), as empresas EDP e Celesc, juntamente com o Grupo de Pesquisas do Setor Elétrico — Gesel/UFRJ, apresentaram, na sala Plenária da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), os resultados do Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) com o tema “Desafios de Estabelecer Incentivos Regulatórios Corretos na era das Tecnologias Exponenciais”.
Participaram do evento o diretor da ANEEL, Hélvio Neves Guerra, o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL), Nivalde de Castro, lideranças e representantes das áreas técnicas da ANEEL, de Associações do Setor, da EDP e da Celesc.
O intuito do projeto foi identificar os impactos das tecnologias exponenciais na legislação, regulação e paradigmas vigentes do setor elétrico, além de alinhar os cenários de evolução do setor a estas tendências para mapear, propor ajustes ao framework regulatório e oferecer os corretos incentivos à adoção destas tecnologias para criar um ambiente de negócios sustentável.
Os três pilares da pesquisa foram os seguintes assuntos: o novo perfil dos consumidores de energia elétrica, economia digital e recursos energéticos distribuídos.
Economia digital, como a adoção de blockchain, entra na mira de regulador do setor elétrico no Brasil
Foi realizada uma avaliação das tecnologias exponenciais no setor elétrico, que abordou não apenas as que foram priorizadas, mas também as possibilidades de evolução e exploração. Foram mapeadas as seis principais tecnologias que vão ter impacto disruptivo no setor elétrico no futuro.
São elas o gerenciamento e processamento de dados (Big Data, Data Analytics e aprendizado de máquinas); serviços de nuvem; blockchain; internet das coisas, realidade virtual; tecnologias de rede e interconectividade.
Além disso, com as análises dos resultados obtidos na pesquisa em relação aos clientes e o uso da tecnologia, foram pensadas doze oportunidades associadas às tecnologias mapeadas para gerar benefícios a sociedade e gerar novos mercados.
“Esse trabalho, particularmente, me chamou muito a atenção por olhar o que deve ser feito para que novas tecnologias entrem no sistema de forma adequada. Nós queremos as eólicas, fotovoltaicas e todas as fontes que quiserem entrar no sistema e precisamos adaptar o sistema a isso. Precisamos que as políticas públicas sejam adequadas para a nova realidade. Temos trabalhado para incentivar que pesquisas sejam feitas para melhorar o nosso sistema“, ressaltou o diretor Hélvio.
Blockchain poderia ter seu uso no comércio de energia elétrica
De acordo com informações divulgadas pela ANEEL, a blockchain é uma tecnologia que permite segurança e granularidade das transações. Além disso, permite o comércio de energia sem a necessidade de intermediários.
O PDI propôs mecanismos regulatórios que possam ser implementados pela Agência para contribuir com soluções de desafios atuais. O projeto prevê quatro objetivos para a modernização regulatória. Além disso, foi elaborada uma agenda de ações de inovações regulatórias.