Apoiador de Trump, pré-candidato ao Senado dos EUA defende o Bitcoin: “inflação é roubo”

Ex-presidente dos Estados Unidos havia criticado moeda digital no início da semana.

Um republicano pré-candidato ao Senado dos Estados Unidos chamou atenção na última quinta-feira (10) ao defender o Bitcoin publicamente. Conhecido por ser um grande apoiador do ex-presidente Donald Trump, Josh Mandel agora saiu em defesa da criptomoeda.

O caso chama atenção, visto que no início da semana Trump havia atacado ferozmente o Bitcoin. Na opinião do ex-presidente, que comandou a Casa Branca por apenas um mandato, o Bitcoin é uma fraude no mercado.

Donald Trump ainda disse não gostar do Bitcoin por ela ser um concorrente direto do dólar. Como ele tem a visão de que apenas a moeda fiduciária emitida pelo FED é boa para o mundo, voltou a tecer críticas públicas contra a maior criptomoeda.

A decisão de Trump seguir atacando o Bitcoin, contudo, acabou sendo um motivo para que um de seus apoiadores no estado de Ohio se manifestassem contra o ex-presidente.

Para Josh Mandel, que constrói uma candidatura pelo partido Republicano ao Senado, defendendo ideais de liberdade, o Bitcoin não é o que Trump disse. Segundo uma publicação de Josh em seu Twitter, a inflação é um roubo contra as pessoas, deixando a entender que o Bitcoin é o remédio contra a inflação.

“A inflação é um roubo. #bitcoin”

https://twitter.com/JoshMandelOhio/status/1403166954089762817?s=1005

Pré-candidato ao Senado chegou a queimar publicamente uma máscara nos últimos dias, levando alguns empresários a retirar o apoio de sua candidatura. Apesar das polêmicas envolvendo o jovem candidato, que participou em duas incursões militares na guerra do Iraque, ele se posicionou publicamente a favor do Bitcoin.

Bitcoin tem inflação, mas é controlada

Em moedas emitidas por Bancos Centrais, chamadas de fiduciárias, a inflação é uma medida que busca ser controlada por políticas monetárias. Contudo, nas últimas grandes crises, essas autoridades acabaram ligando as impressoras, colocando mais dinheiro no mercado e pressionando a inflação no mundo todo.

Por inflação, entende-se que um bem ou serviço torna-se mais caro em relação à moeda nacional, podendo ocasionar a perda no poder de compra da população quando descontrolada. O IBGE no Brasil é um dos responsáveis por medir o aumento de preços em produtos e serviços, popularmente conhecido como IPCA.

Já o Banco Central do Brasil analisa o comportamento da inflação para então conduzir suas políticas. Vale o destaque que nos últimos 12 meses a inflação oficial já é de 8,06%, com a meta do governo sendo de apenas 3,75%.

Inflação no Brasil registra recorde de 8,06% nos últimos 12 meses
Inflação no Brasil registra recorde de 8,06% nos últimos 12 meses em 11 de junho de 2021/Reprodução

Ainda considerando o cenário brasileiro, o reajuste do salário no início de 2021 foi de 5,26%, mas a inflação oficial de 5,45%. Ou seja, um brasileiro que trabalha com a referência no salário mínimo entrou neste ano perdendo 0,2% no poder de compra, considerando, é claro, apenas a inflação oficial do governo.

Ao estudar sobre o Bitcoin, muitos se questionam sobre como funciona o mecanismo de inflação da moeda digital. Sim, o Bitcoin também tem uma inflação, mas ela já é previamente conhecida por todos do mercado.

Com a emissão de 900 Bitcoins ao dia, a inflação do Bitcoin é de 1,77% ao ano. No ano de 2024, a quantidade de moedas criadas cairá pela metade, com o processo chamado de halving, tornando a inflação anual do Bitcoin em 0,84%.

Ou seja, apesar de existir inflação no Bitcoin, ela diminui com o tempo, tornando a moeda digital bem mais previsível que as divisas fiduciárias. Este inclusive, foi um dos motivos que levou El Salvador a aceitar o Bitcoin como moeda de curso legal no país e até um apoiador de Trump a defender a moeda digital.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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