Argentina aumenta taxa de juros em quase 100% e população corre para as criptomoedas

A Argentina tem enfrentado um desafio significativo em relação à inflação nos últimos meses, com a taxa anual ultrapassando 100% no mês passado.

Em meio a uma crise econômica sem precedentes, os argentinos estão cada vez mais recorrendo às criptomoedas como uma forma de preservar suas economias e escapar dos efeitos devastadores da hiperinflação do país.

Com taxas de inflação atingindo níveis alarmantes, o país busca alternativas para proteger sua economia e o poder de compra dos cidadãos.

Com a inflação disparando para cerca de 108% ao ano, quase o dobro do índice registrado no ano anterior, e o Banco Central aumentando as taxas de juros emergencialmente, a confiança no peso argentino está em declínio.

O valor da moeda argentina em relação ao dólar azul no mercado negro e ao dólar oficial do Banco Nacional (Dólar BNA) continua em queda, intensificando a necessidade de uma solução alternativa.

Argentina aumenta taxa de juros em quase 100%

Diante do preocupante aumento da inflação, o Banco Central da Argentina anunciou medidas para enfrentar a situação econômica do país. A taxa de juros principal foi elevada em seis pontos percentuais, chegando a 97%, na tentativa de conter o avanço da inflação, que atingiu o nível mais alto em três décadas.

A Argentina tem enfrentado um desafio significativo em relação à inflação nos últimos meses, com a taxa anual ultrapassando 100% no mês passado.

De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional, atualmente, apenas Venezuela e Zimbábue apresentam índices inflacionários mais elevados do que a Argentina.

Em comparação com outros países, como Estados Unidos e Austrália, que registraram taxas de inflação abaixo de 5% e 7%, respectivamente, a situação argentina demanda ações mais incisivas por parte das autoridades monetárias.

O banco central espera que o aumento da taxa de juros estimule os investimentos na moeda local, de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira.

A inflação desenfreada tem resultado em uma significativa saída de investimentos em peso argentino, o que causou uma desvalorização de 23% em relação ao dólar americano apenas neste ano.

Diante desse cenário, o ministro da Economia, Sergio Massa, está concentrando seus esforços em evitar uma desvalorização ainda maior da moeda e controlar a inflação antes das eleições presidenciais marcadas para outubro.

No entanto, analistas apontam que o novo aumento da taxa de juros pode não trazer mudanças significativas para os mercados argentinos. A situação econômica do país exigirá uma abordagem abrangente e medidas mais amplas para estabilizar a inflação e restaurar a confiança dos investidores.

As próximas semanas serão cruciais para avaliar o impacto das medidas adotadas pelo Banco Central e acompanhar a evolução da inflação no país.

Criptomoedas em alta

Nesse cenário, as criptomoedas têm se mostrado uma opção atraente para os argentinos. As corretoras de criptomoedas do país, como Ripio e Buenbit, estão negociando Bitcoin com base na taxa do dólar azul, que possui um prêmio de cerca de US$ 35.000 em relação à taxa oficial.

Essas plataformas já contam com milhões de usuários, o que representa aproximadamente 10% da população argentina.

Embora o governo argentino tenha imposto controles de capital e restrições ao acesso ao dólar americano, ele tem demonstrado uma postura favorável às criptomoedas.

A adoção das moedas digitais começou em 2018, quando a inflação começou a se tornar um problema grave no país. Agora, com a aceleração da inflação e a desvalorização do peso argentino, mais pessoas estão buscando refúgio nas criptomoedas para proteger seu poder de compra.

Essa tendência reflete uma realidade global, na qual governos de diversos países enfrentam a queda de confiança nas suas moedas fiduciárias. Países como Zimbábue, Venezuela e até mesmo a Argentina têm experimentado crises cambiais e inflação descontrolada.

O Bitcoin e outras criptomoedas surgem como uma alternativa que permite transações seguras, preservação de valor e acesso a um mercado financeiro global.

Diante do agravamento da crise econômica, a Argentina se vê diante de escolhas difíceis. A possibilidade de abandonar completamente sua moeda atual e adotar o dólar americano ou o euro, seguida pela reintrodução de sua própria moeda fiduciária, está em discussão. No entanto, essa medida envolve desafios e riscos significativos.

Enquanto o país busca soluções para enfrentar sua crise econômica, as criptomoedas se consolidam como uma alternativa viável para os argentinos.

Embora não resolvam todos os problemas, elas oferecem uma maneira de proteger o valor do dinheiro em um cenário de alta inflação e instabilidade monetária. A adoção crescente das criptomoedas pode sinalizar uma nova era financeira na Argentina, na qual a tecnologia blockchain desempenhará um papel cada vez mais importante.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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