A artista brasileira Isabelle Parra foi a primeira mulher a criar uma coleção de NFTs na Stacks, plataforma que trabalha com contratos inteligentes na rede do Bitcoin.
Em conversa com o Livecoins, a artista que criou a coleção Belle’s Witches narrou um pouco mais sobre a sua experiência, vivida principalmente a partir do início de 2021.
Ajudada pelo seu marido engenheiro de dados e entusiasta do Bitcoin, Isabelle é uma artista formada em Audiovisual, trabalhando como Ilustradora, onde afirmou que esse mundo das criptomoedas é novo para ela também.
Essencialmente, o Stacks usa a rede do Bitcoin como a camada de segurança final para os contratos inteligentes em sua plataforma. No entanto, Stacks não é a única plataforma que facilita transações de NFT no Bitcoin. RSK, por exemplo, é outra blockchain de contratos inteligentes que atua como uma ponte para conectar o Ethereum ao Bitcoin.
Meu marido começou a comprar e me explicar os detalhes
Segundo Isabelle, seu marido se interessa pela parte da tecnologia, podendo lhe ajudar a encontrar o mercado de NFTs, que não era uma realidade para ela.
“Como sou da parte da arte, não é uma coisa que estou sempre vendo e lendo. Sou ilustradora, formada em Audiovisual , mas sempre tive essa facilidade com a arte mesmo, já fiz maquiagem, cenografia, coisas assim”.
Assim, ela conta que seu marido já estava vendo e comprando alguns NFTs, como a coleção Stacks Punks, que fez bastante sucesso entre os fãs daquela blockchain.
Ela lembra que entre o meio dos artistas esse assunto de artes digitais começou a ganhar força mais em 2021. Mesmo assim, o campo da tecnologia ainda era nebuloso para ela, que viu o apoio do marido, que explicou detalhes e comprou algumas artes como fundamental para ela entender melhor sobre o assunto.
Para Isabelle, os artistas ainda não compreendem o potencial dos NFTs, visto que não se fala muito, com poucos materiais encontrados sobre o assunto.
Ela lembra que é fundamental que os artistas entendam os detalhes da tecnologia, para conseguirem publicar suas artes nas plataformas. Um ponto forte para ela foi o apoio da comunidade Stacks, que é muito unida e sempre ajudando novos artistas a publicarem suas artes.
“Eu gostei muito dessa parte, me ajudou muito, gostei bastante da comunidade Stacks, não sei como é nas outras, Ethereum, nem nada, porque nunca fui para outras”.
“Foi muito bom criar uma NFT”, diz primeira mulher brasileira a publicar arte na rede Stacks
Segundo Isabelle Parra, quando ela leu sobre o mercado de NFTs e seu marido explicou alguns detalhes, ela viu um cenário muito promissor nas artes digitais.
Ela lembrou que fazer sua coleção foi um processo muito legal, visto que além de vender as mintagens, o artista ainda obtém uma renda em futuras vendas realizadas pelo mercado secundário.
“Não é igual uma galeria de arte, que você coloca lá sua arte, vende uma vez e acabou. Acho que é mais valorizado, além de que é uma divulgação muito maior do meu trabalho, abrangeu muita gente. Eu gosto bastante de NFT, para o artista ajuda muito, mas não é muito assim que eu vejo aqui no Brasil, tem muita desinformação. Está sendo uma experiência muito boa”.
Isabelle narrou que foi despretensiosa ao buscar a criação de seu NFT, quando viu um anúncio do Stacks Art em busca de artistas para publicarem seus trabalhos. Assim, ela enviou um e-mail, acreditando que nem seria respondida, mas em algumas horas recebeu o retorno da plataforma.
Dessa forma, ela foi escolhida para criar seu NFT, passando a imaginar como seria sua coleção. Como ela era a primeira mulher brasileira a publicar uma obra no local, Isabelle queria uma arte mais feminina, que já tinha em mente.
Parra lembrou que já havia feito uma ilustração de uma “Bruxa do Fogo”, que já havia sido mintada por seu marido em uma carteira, então ela deu continuidade ao trabalho.
“Eu pensei em bruxa e vou continuar esse tema, vou continuar a fazer”.
A artista lembrou que foi uma das primeiras a publicar uma coleção na Stacks (STX), com 5 mil bruxas únicas disponíveis para serem mintadas. Cada bruxa da brasileira custa 20 Stacks, que de acordo com a cotação da moeda no mercado daria algo próximo de R$ 210,00 hoje.
Isabelle lembrou que essa foi sua primeira coleção digital, sendo que ela já havia vendido outras artes antes disso em meio físico. Assim, o NFT para ela tem vantagens sobre a arte física, pelo potencial que o artista tem de ser encontrado por qualquer pessoa do mundo.
“É tudo muito novo ainda, mas é muito promissor. Eu fui uma das primeiras e agora tem um monte de gente, então já está bombando”.
Quanto custa publicar um NFT na Stacks, rede de contratos inteligentes do Bitcoin?
Em conversa com o Livecoins, Isabelle Parra ainda explicou alguns detalhes técnicos sobre a publicação de NFTs na rede Stacks.
Sobre custos, se for um NFT singular apenas o custo da transação (em torno de 0.1 STX), hoje já tem plataformas que auxiliam na criação de NFT’s (boom.money), para coleções maiores geralmente os próprios mercados (stacksart.com, stxnft.com ou byzantion) arcam com os custos de publicação (deploy do contrato na blockchain e hospedagem das imagens).
Já com relação às taxas da rede, essas variam de 0,05 STX a 0,5 STX, o que Isabelle considera bem baixa comparado com Ethereum, por exemplo. Ela lembrou que a moeda Stacks pode ser comprada na Binance e OKEX, que já aceitam até PIX de brasileiros, mas a moeda ainda não está disponível em pares Real.
Sobre o tempo para se publicar um NFT, Isabelle lembrou que fez tudo pelo mercado, logo “foi tudo muito rápido e transparente para nós, porém para se ter uma ideia uma transação demora em média 10 minutos (claro com exceções que podem demorar ate 1 hora e meia)“. Esse também é o tempo estimado para se mintar uma nova arte pela rede, disse a artista.
Sobre carteiras para interagir com a Stacks, a mais confiável e recomendada pela comunidade é a Hiro Wallet (hiro.so/wallet) com suporte para browser ou desktop. O site principal do Stacks tem muita informação sobre a blockchain e como funciona tudo, está em inglês, porem é bem completa a documentação.
Em relação às dúvidas para iniciantes, Isabelle Parra explicou que “é importante saber o funcionamento da blockchain, o que são tokens não-fungíveis, como fazer as transações na rede utilizando a wallet e se quiser fazer uma coleção vai precisar de um pouco de programação para garantir a singularidade das peças criadas“.
Sobre os cuidados ao se avaliar um NFT disponível para compra, a artista brasileira acredita ser importante pesquisar antes sobre a coleção e o artista, se tem vantagens futuras para o usuário com aquele NFT, tamanho da coleção e o quanto já foi mintado, preço do mint e se o mercado onde se está comprando é confiável.
Ela lembrou que não vê muitos brasileiros interagindo com a Stacks, com conversas sempre em inglês na comunidade.
Para acompanhar o trabalho de Isabelle, ela tem seu Instagram, Twitter e sua coleção no perfil no Stacks, que ainda está disponível para mintagens.