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Atualização do Ethereum pode permitir que carteiras roubem suas criptomoedas

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Após os hard forks Shapella (Shanghai + Capella) e Dencun (Deneb + Cancún), o Ethereum já está se preparando para sua próxima atualização. Chamada Pectra (Prague + Electra), ela deve apresentar a polêmica proposta de melhoria EIP-3074.

Especialistas dizem que caso o código seja aprovado como está hoje, isso significa que usuários poderão ceder controle de suas carteiras para terceiros.

Embora isso já possa ser feito atualmente, hoje investidores podem revogar esses acessos, já as permissões concedidas pelo EIP-3074 serão eternas. Ou seja, é possível que golpistas usem essas brechas em novos ataques.

O polêmico EIP-3074

Não é difícil encontrar longos textos sobre o EIP-3074 (Proposta de Melhoria do Ethereum número 3074) nas redes sociais. Em suma, usuários poderão delegar o controle de suas moedas para terceiros, incluindo Ether (ETH), mas também quaisquer tokens e NFTs.

O foco da proposta é a chamada “abstração de conta” (AA — Account Abstraction, em inglês), que pode fornecer recursos como pagamentos recorrentes e outras funcionalidades ainda não disponíveis nas criptomoedas. Vitalik Buterin, fundador do Ethereum, criou uma imagem sobre as novas possibilidades após a atualização.

“Aqui está meu gráfico aproximado de quais partes do “AA completo” 3074 (e MPC) cobrem ou não.”

Vitalik Buterin, criador do Ethereum, mostra potenciais casos de uso após introdução do EIP-3074 e MPC.

Como pode ser visto acima, uma das principais preocupações está ligada a segurança, principalmente pelo EIP-3074 não permitir que usuários revoguem as permissões concedidas a terceiros.

“Basicamente, isso delega o controle da conta de propriedade externa (EOA) a um contrato inteligente”, explica a proposta.

Uma das maiores polêmicas está em torno desses EOAs. Afinal, a proposta sugere a criação de uma lista de controladores, a serem pré-aprovados por carteiras como MetaMask. Em outras palavras, será necessário confiar em terceiros pré-determinados, para sempre.

Para alguns críticos, isso é mais um passo em direção à centralização do poder. Afinal, a MetaMask foi criada pela Consensys, que por sua vez foi fundada por Joseph Lubin, co-fundador do Ethereum.

Outra questão levantada é que um contrato inteligente pode parecer seguro no momento da aprovação desse controle, mas se tornar malicioso após uma atualização.

Embora a história esteja cheia de hacks, o EIP-3074 deve aumentar o número desses casos. Afinal, hoje investidores ainda conseguem revogar acesso às suas carteiras, limitando as perdas gerais, como aconteceu no caso da Arbitrum e mais tarde no caso da Multichain.

Aos menos experientes, o conselho é nunca fornecer acesso à sua conta a terceiros. Para quem já está mais acostumado com essas permissões, a dica é sempre ler o que está assinando e, caso necessário, ler o código do contrato em questão.

Essa é a grande diferença entre o Bitcoin e o Ethereum

Por fim, essa é uma das grandes diferenças entre o Bitcoin e o Ethereum. Enquanto o Bitcoin apresenta poucas atualizações — poucas demais, segundo alguns nomes famosos como Cobra — o Ethereum está sempre apresentando novidades, podendo trazer benefícios e malefícios.

Em outras palavras, o propósito do Bitcoin é servir como uma reserva de valor, com foco em seu limite de 21 milhões de unidades e segurança. Já o Ethereum é uma peça tecnológica, precisando atualizar-se a todo momento para competir com seus competidores do ramo de contratos inteligentes.

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Autor:
Henrique HK