A Mazars, empresa de contabilidade contratada pela Binance, confirmou que a corretora possui 575.742,4228 bitcoins sob custódia. O montante, equivalente a mais de R$ 51 bilhões, representa 101% dos saldos de seus clientes.
O relatório, publicado nesta quarta-feira (7), analisou a condição financeira da corretora no dia 22 de novembro. Indo além, também é notado que a auditoria considerou bitcoins nativos, bem como outros “embrulhados” em outras redes, como no Ethereum e na Binance Smart Chain.
Sendo assim, foram publicados 9 endereços da rede BTC, 3 do ETH, 4 da BSC e outros 3 da BNB. Agora a Binance planeja fazer a mesma auditoria para outras criptomoedas, além de Bitcoin, com as quais trabalha.
“Como parte do trabalho de transparência de fundos dos usuários da Binance e atualizações da Prova de Reservas, estamos trabalhando com especialistas em ativos digitais da empresa global de auditoria financeira, tributária e consultiva, a Mazars SA”, postou a Binance. “O primeiro relatório da Mazars sobre a prova de reservas de BTC da Binance foi publicado hoje.”
As part of #Binance’s user fund transparency work and Proof of Reserves updates, we're working with digital assets experts at global financial audit, tax and advisory firm, @Mazars_SA.
The first report from Mazars about Binance’s $BTC Proof of Reserves has been published today.
— Binance (@binance) December 7, 2022
Clientes podem verificar se seus saldos estão inclusos
Através do próprio site da Mazars, clientes da Binance podem verificar se seus saldos (referentes ao dia 22 de novembro) fazem parte da auditoria. Ou seja, isso vai muito além de mostrar que a corretora possui muito dinheiro em caixa.
“Cole seu Merkle Hash da sua conta Binance na entrada e clique em “Calcular”. Isso produzirá sua Merkle Leaf. Copie os primeiros 16 caracteres da saída e pesquise na árvore.”
No documento, a Mazars afirma que os R$ 51 bilhões em Bitcoin da Binance representam 101% dos saldos de seus clientes, ou seja, não há reserva fracionária de BTC.
“Descobrimos que a Binance tinha 97% de garantia, sem levar em conta os ativos fora do escopo dados como garantia para os ativos dentro do escopo emprestados por meio da oferta de serviço de margem e empréstimos, resultando em saldos negativos no Relatório de Responsabilidade do Cliente.”
“Com a inclusão de ativos dentro do escopo, emprestados a clientes por meio de margem e empréstimos que são sobre-colateralizados por ativos fora do escopo, descobrimos que a Binance tinha 101% de garantia”, conclui a Mazars.
Mazars
Fundada em 1940, a Mazars é uma das maiores empresas de contabilidade do mundo, lembrada por romper com a empresa de Donald Trump no início deste ano após citar conflito de interesse e questionar a demonstrações financeiras da mesma.
Sendo assim, sua auditoria é um primeiro passo para a Binance se livrar de toda desconfiança que assombra o mercado de criptomoedas após a falência da FTX. Agora, a corretora deve seguir o mesmo procedimento com as tantas outras criptomoedas que trabalha.
Outra gigante que recentemente escolheu a Mazars para auditar os saldos de seus clientes foi a KuCoin. Ou seja, além de já possuir confiança do mercado tradicional, tal empresa parece estar pronta para lidar com esta nova era de auditorias.