Banco Central usará blockchain para acabar com cartões de crédito, TED e DOC

Instituição prepara lançamento de aplicativo que deverá mudar profundamente a economia brasileira.

O Banco Central está desenvolvendo uma plataforma para pagamentos através da tecnologia blockchain. O projeto permitirá que pagamentos instantâneos aconteçam sem a utilização de cartões. O sistema de pagamentos permitirá a conexão de bancos, clientes e empresas. A tecnologia do novo projeto do Banco Central é a mesma que dá vida as criptomoedas como o Bitcoin, por exemplo.

A tecnologia blockchain permite um gerenciamento de informações útil para o Banco Central do Brasil. Além de ser considerada mais rápida que os sistemas tradicionais para envios de remessas a tecnologia blockchain pode ser também considerada mais segura. Amplamente utilizada no ecossistema de criptomoedas, dessa vez será uma instituição financeira do sistema tradicional a incorporar a blockchain em sua configuração.

TED e DOC poderão ser descontinuados pelo Banco Central

O novo sistema de pagamentos que utiliza a tecnologia blockchain poderá reestruturar o mercado financeiro nacional. Com a implantação do novo serviço, outros produtos deverão ser considerados obsoletos. Essa mudança poderá fazer com que sistemas atuais de envio de dinheiro sejam completamente descontinuados.

A tecnologia blockchain permite o envio de remessas em poucos segundos. O novo sistema do Banco Central permitirá que transações sejam concluídas de forma praticamente instantânea. Com essa funcionalidade, serviços de transferências conhecidos como (TED) e (DOC) devem desaparecer.

A Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC) devem ser substituídos. Com elevado custo e com uma compensação que pode demorar, esses sistemas deverão ser considerados obsoletos em breve. Contudo, essa mudança deverá acontecer gradualmente após o lançamento do projeto do Banco Central do Brasil.

Brasileiros terão cadastro em blockchain

O Banco Central do Brasil trabalha em um sistema de pagamento via blockchain desde 2018. Com a previsão de lançamento em cerca de um ano, a plataforma permitirá que brasileiros enviem remessas e paguem por contas em um sistema que utiliza a tecnologia blockchain. Mas como será feita essa integração?

Atualmente existe uma conexão de informações limitada entre bancos e o Banco Central. A compensação de transferências e depósitos acontece de forma lenta e, em alguns casos, até de forma manual. Com a nova plataforma, possivelmente cada cidadão deverá ter um usuário no novo sistema do governo brasileiro.

Esse cadastro poderá ser criado separadamente com informações que os usuários já utilizam. Ou ainda, com apenas o CPF pode ser que qualquer um conseguirá criar um perfil na plataforma que está sendo desenvolvida.

Cartões de crédito sofrem riscos com nova plataforma

Além de um forte impacto nos sistemas de transferências utilizadas pelos bancos, o projeto do Banco Central causará impactos em cartões de crédito. O projeto permitirá, além do envio de remessas, o pagamento de contas através da plataforma. O diferencial está no processo de verificação da transação, que deverá ocorrer de forma imediata.

Desse modo, compras com cartões de crédito serão substituídas por um sistema que utiliza a tecnologia blockchain. A grande aposta está em aperfeiçoar o sistema de pagamento com cartões. Ao invés de cartões de crédito, os usuários deverão utilizar o celular para concluir suas compras.

Nesse caso, o QR Code será uma função indispensável no projeto. Será através da leitura de códigos desse tipo que as transações serão autorizadas na plataforma do governo. Além do QR Code, o projeto poderá contar com sistemas de verificação biométrico e até mesmo através de reconhecimento facial, com selfies.

O custo total para o desenvolvimento da tecnoloiga será de R$ 4,3 milhões. Para a manutenção da plataforma blockchain, o Banco Central deverá desembolsar R$ 1,2 milhão anualmente.

O lançamento do projeto do Banco Central do Brasil poderá criar um novo ecossistema para a economia do país. Ao apostar na tecnologia blockchain, o Brasil deverá ser considerado pioneiro entre os demais países. Até então, a aproximação entre bancos centrais e a tecnologia blockchain é tímida e restritiva.

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Paulo Carvalho
Paulo Carvalho
Jornalista em trânsito, escritor por acidente e apaixonado por criptomoedas. Entusiasta do mercado, ouviu falar em Bitcoin em 2013, mas era que nem caviar, "nunca vi, nem comi, só ouço falar".

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