Bancos devem integrar moedas digitais com BCs, diz analista do JPMorgan

Fala aconteceu em evento promovido pelo Banco Central do Brasil.

Para o analista do JPMorgan que participou do evento do BCB nesta quinta-feira (11), bancos comerciais não devem criar moedas digitais próprias sem as integrar com os bancos centrais.

Este foi o penúltimo evento sobre o Real digital que será promovido pelo Bacen em 2021, em uma série de discussões públicas sobre o assunto.

Os convidados dessa edição foram Andrew McCormack (BIS/Cingapura), Claudine Hurman (Banco da França) e Naveen Mallela (Onyx – J. P. Morgan Chase & Co), que puderam falar sobre vários assuntos que acreditam que deverão influenciar na emissão de moedas digitais por bancos centrais e sua relação com moedas de outros países.

Chefe do JPMorgan não acredita que bancos devem criar moedas próprias sem integração com BCs

O chefe global de sistemas de moedas do JPMorgan, Naveen Mallela, participou do evento com o Banco Central do Brasil, onde pode falar mais sobre o que acredita que deverá acontecer no futuro.

Em dado momento, ele foi questionado sobre como vê a relação dos bancos comerciais com as moedas digitais que estão operando com CBDCs. Em resposta, o chefe do JPMorgan disse que a estrutura do banco comercial com bancos centrais vai acabar migrando para o setor digital.

Além disso, ele Naveen declarou que vê problemas em bancos terem suas próprias moedas independentes, visto que pode acontecer rupturas no processo de interoperabilidade do dinheiro. Ele lembrou que o JPMorgan tem a criação de uma moeda, a JPCoin, mas que ela continua atrelada ao dinheiro de banco central.

Segundo a visão do especialista em dinheiro, o banco central deve ainda garantir que as instituições se comuniquem, e isso não deve mudar mesmo com a chegada dos CBDCs.

“A criação da moeda JPMorgan ela é segura, porque o banco estável que está usando blockchain. O objetivo de uma moeda digital do ponto de vista comercial é como se fosse uma variação do sistema de depósito, é exatamente isso que o JPMorgan busca, ou seja, uma interoperabilidade entre a nossa moeda e os CBDCs entre os vários tipos de usuários”.

Diretora de Banco Central da França acredita que tem muito trabalho a ser feito

A diretora do Banco da França, Claudine Hurman, acredita que o mundo deverá pensar em várias frentes de CDBCs, com muito trabalho ainda a ser feito pela frente.

Segundo ela, os bancos centrais terão muitos papéis para desempenhar, seja do ponto de vista de regulação e inovação. Mas ela acredita que as iniciativas deverão ajudar no envio de dinheiro com facilidades e baixos custos.

Nos estudos futuros, ela acredita que os bancos centrais devem apoiar todo o processo das CBDCs, principalmente para manter o controle da moeda.

Já Andrew McCormack, do BIS, lembrou que cada CBDC será projetado para o mercado nacional, analisado por cada país. Então, ele acredita que a integração das moedas transfronteiriças possa diferir, mas ainda sim, com vantagens para os países participantes.

Segundo ele, uma plataforma deverá ser colocada em vigor com forte supervisão, com regras padronizadas e ampla vigilância sobre a lavagem de dinheiro, mas com vantagens no comércio internacional.

O evento foi organizado pelo Banco Central do Brasil e pode discutir aspectos internacionais do chamado Real digital, espécie de CBDC que o país quer criar nos próximos anos.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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