Novamente a comunidade Bitcoin mundial observa as intenções do presidente dos EUA em relação às criptomoedas. De acordo com informações divulgadas, Donald Trump pode ter cogitado banir o Bitcoin, movimento que o ouro já viu em sua história.
Isso porque, Donald Trump teria pedido ao seu ex-conselheiro que perseguisse o Bitcoin (BTC). A justificativa para a ação é que Trump suspeitava que a China estivesse evadindo de sanções impostas pelos EUA com a moeda digital.
A informação foi publicada em um livro escrito pelo ex-conselheiro de Donald Trump, John Bolton. O livro que quase não foi publicado, contém uma série de ataques ao atual presidente dos EUA, mas sua equipe nega as acusações.
Banir o Bitcoin pode ser mais difícil que proibir o ouro, aponta escritor da Forbes
De fato, o Bitcoin é uma tecnologia nova para pagamentos digitais pela internet, sendo uma moeda com potencial inovador no mundo. Sua função seria capacitar a população a utilizar uma moeda sem depender de nenhum governo, ou seja, dar o dinheiro ao povo.
Contudo, o Bitcoin é uma moeda que detém uma tecnologia sofisticada, com alta rastreabilidade em suas transações. Apesar da sua característica pseudo-anônima, ainda é possível conhecer quem está por trás das transações, caso um espião tenha interesse nisso.
Com uma guerra comercial entre os EUA e China sendo pauta mundial nos últimos anos, o Bitcoin entrou no meio dessa disputa. A China é o país preferido dos mineradores de Bitcoin, uma vez que o custo para extrair moedas no local é baixo, dessa forma é uma atividade altamente rentável.
Em 2018, ano que o Bitcoin teve problemas graves em seu preço de mercado, Trump teria tentado “banir” a moeda, assim como o presidente Roosevelt fez com o ouro em décadas passadas.
Segundo um artigo publicado pela Forbes, o cenário hipotético de um possível banimento do Bitcoin nos EUA foi tratado pelo escritor Benjamim Pirus. Ao conversar com vários analistas, foi levantado a hipótese de banir o Bitcoin assim como o ouro foi banido em 1933 nos EUA.
É possível banir uma moeda digital como foi feito com um metal precioso no passado?
O ano era 1933, em que após passada a Primeira Guerra Mundial e a crise financeira de 1929, os EUA tinham o 32.º presidente, Franklin D. Roosevelt. Em uma polêmica atuação, Roosevelt executou a ordem executiva 6102, episódio conhecido como o maior confisco de ouro da história dos EUA.
Todas as pessoas que tinham moedas, lingotes e até barras de ouro, deveriam devolver ao governo imediatamente. A atuação do presidente Roosevelt no Emergency banking Act, levou milhares de norte-americanos a devolver seus metais preciosos.
No Brasil, o confisco de Fernando Collor na poupança de milhares de brasileiros durante seu governo é um episódio igualmente dramático. Em ambos os casos, a desculpa era que o governo buscava estabilizar o sistema financeiro do país.
Com toda essa polêmica rondando Donald Trump em 2020, em meio a crise do novo coronavírus e a disparada do desemprego, muitos questionam se o presidente dos EUA conseguiria banir o Bitcoin, como já foi visto na história do ouro.
A Forbes conversou com Marshall Hayner, CEO da Metal Pay, que acredita que a natureza do Bitcoin o torna mais difícil de ser confiscado. Isso porque, a moeda digital não tem relação com governo, o que não impede que este último crie regulamentações desnecessárias para dificultar o uso do Bitcoin.
Além disso, em conversa com Jimmy Song, um entusiasta famoso de Bitcoin, a Forbes analisou um detalhe sobre a moeda digital. Sua tecnologia é global e funciona pela internet, ou seja, mesmo que os EUA pensem em banir o Bitcoin, como já foi feito com o ouro, sua atuação seria dificultada, pois, a moeda ainda seria usada em outros países.
Por fim, os vários especialistas, ouvidos pela Forbes, destacaram que o Bitcoin é novo. Dessa forma, ainda não se sabe como os governos irão tratar o ativo, contudo, dificilmente terá o mesmo tratamento dado ao ouro no passado.