A Matrixport, empresa do fundador da Bitmain e bilionário das criptomoedas Jihan Wu, anunciou a demissão de 10% de seus funcionários em meio a crise e baixo volume no mercado mundial.
Os produtos ofertados pela empresa eram de trade de criptomoedas, empréstimos e custódias de ativos digitais. Além disso, fundos de investimentos ofertados a clientes diziam conseguir retornos de dois dígitos, independente das condições do mercado.
Ao que tudo indica, a empresa busca um reposicionamento de mercado. A plataforma opera em 40 países, até então com 290 funcionários.
Bilionário das criptomoedas demite 10% dos funcionários da Matrixport
A queda geral do mercado de criptomoedas abala os negócios de mais um bilionário do setor, Jihun Wu, mais conhecido pela sua participação na Bitmain, empresa que fabrica máquinas de mineração de bitcoin.
De acordo com reportagem da Bloomberg, nesta sexta-feira (27), os cortes principais da Matrixport ocorrem na área de marketing.
Em comunicado a imprensa, a empresa declarou que os cortes não impedem que novas contratações ocorram. Ou seja, não é um recuo no mercado, mas sim em uma área estratégica.
Assim, a COO Cynthia Wu divulgou que a mudança na liderança da empresa busca aprimorar as questões regulatórias da empresa.
Em breve, mais pessoas que trabalham em setores do jurídico e compliance devem ser contratadas pela Matrixport, que demitiu dois executivos líderes nos últimos dias.
Empresa separou da Bitmain em 2019
Fundada por Jihan Wu, a Matrixport nasceu dentro da Bitmain, buscando operar em novos mercados além da mineração de criptomoedas.
Contudo, em 2019, a Bitmain passou por uma crise em suas operações, levando a Matrixport a se separar do negócio. O magnata chinês segue a frente do negócio, assim como da Bitdeer Technologies Holding, outra ligada a mineração.
Em 2022, a queda da FTX assombrou os mercados de criptomoedas globais, inclusive a Matrixport. Na ocasião, 80 clientes da empresa perderam fundos na corretora de SBF, ainda que a empresa de Wu tenha negado que está insolvente por conta do episódio.
Assim, as novas demissões na empresa ligadas ao marketing indicam um recuo na captação de clientes, e um reforço no time jurídico em meio a pressão global de reguladores sobre as empresas do mercado. Como atua com empréstimos, negociações e fundos de investimentos, a empresa do bilionário chinês se move para não sofrer.
Chama atenção que a Matrixport diz em seu site que seus fundos conseguem retornos de dois dígitos, independente das condições do mercado.
O caso mostra que as demissões seguem ocorrendo apesar da recente alta do bitcoin no mercado, apontado como melhor ativo de 2023. Em 2022, mais de 10 mil pessoas perderam seus empregos em empresas de criptomoedas.