Binance bloqueia contas de usuários palestinos

CEO da Binance disse que apenas um 'número limitado' de contas de usuários, vinculadas a fundos ilícitos, foi bloqueado de realizar transações.

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, bloqueou um número não divulgado de contas pertencentes a palestinos. O bloqueio teria ligação com a guerra entre Irã e Israel.

A história começou com Ray Youssef, co-fundador da Paxful e CEO da Noones App, afirmando que a Binance havia confiscado fundos pertencentes a todos os palestinos na corretora.

“A Binance apreendeu todos os fundos de todos os palestinos a pedido das Forças de Defesa de Israel (IDF). Eles se recusam a devolver os fundos. Todos os recursos foram negados”, escreveu Youssef, aproveitando para fazer publicidade para sua corretora P2P. “No entanto, seus fundos estão seguros no Noones App.”

O tuíte publicado na segunda-feira (26) segue com informações jurídicas sobre a apreensão dos fundos, notando que isso se trata de uma ação de combate ao terrorismo.

CEO da Binance se pronuncia sobre o confisco

Richard Teng, CEO da Binance, respondeu às acusações nesta quarta-feira (28). Segundo o executivo, a história é um “FUD”, ou seja, uma mentirada contada por seus concorrentes para desmoralizar a corretora.

“FUD. Apenas um número limitado de contas de usuários, vinculadas a fundos ilícitos, foi bloqueado de realizar transações. Houve algumas declarações incorretas sobre isso.”

“Como uma corretora global de criptomoedas, cumprimos a legislação de combate à lavagem de dinheiro aceita internacionalmente, assim como qualquer outra instituição financeira. Continuaremos a educar os usuários sobre como realizar transações de forma segura em nossa plataforma”, continuou Teng, notando que “mais importante ainda, esperamos por uma paz duradoura em toda a região.”

Tuíte de Richard Teng, CEO da Binance, sobre bloqueio de contas de palestinos na Binance. Fonte: X.
Tuíte de Richard Teng, CEO da Binance, sobre bloqueio de contas de palestinos na Binance. Fonte: X.

Não há um comunicado oficial da corretora além do tuíte de Teng.

Co-fundador da Paxful diz que mais corretoras estão seguindo a mesma linha

Continuando com suas acusações, Ray Youssef afirma que a Binance não é a única bloqueando fundos de usuários palestinos. “Em breve, provas de que a OKX e todas as outras grandes corretoras estão fazendo as MESMAS apreensões generalizadas”, escreveu o co-fundador da Paxful.

A discussão fica mais pesada quando Youssef chama Richard Teng de “pequeno m*rda”.

“Meu Deus! Isso é um assassinato! A Binance tem entregado todas as informações de KYC sobre palestinos para as Forças de Defesa de Israel (IDF)! Aqui está uma mensagem de um palestino em Gaza sobre seu amigo que foi morto. A IDF mirou na casa dele, ele tinha um grande saldo na Binance. A pessoa que enviou isso quer permanecer anônima, pois seu nome também está na lista!”

“Meu amigo Ahmed, ele nunca se envolveu com política, estou dizendo que o erro dele foi comprar criptomoedas e investi-las na Binance. Quando a Binance compartilhou todas as suas informações com a IDF, a IDF tem todos os nossos endereços e sabe tudo sobre nós. Eles destruíram a casa dele com um foguete”, disse uma fonte anônima à Youssef, notando que seu nome também está nesta lista.

Ray Youssef insultando CEO da Binance enquanto afirma que corretora está entregando informações de clientes para Israel. Fonte: X.
Ray Youssef insultando CEO da Binance enquanto afirma que corretora está entregando informações de clientes para Israel. Fonte: X.

Segundo Youssef, informações sobre mais de 500 investidores de criptomoedas que usam a Binance foram entregues às Forças de Defesa de Israel.

Em relação à Paxful, co-fundada por Youssef, ela encerrou suas atividades em 2023. Já em julho de 2024, Artur Schaback, outro co-fundador da Paxful, se declarou culpado nos EUA sobre acusações do uso de sua corretora por criminosos.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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