Intitulado Tratamento Prudencial de Exposições a Criptoativos (em tradução literal), o documento apresentado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) na última sexta-feira (16) apresenta novas diretrizes relacionadas a exposição de bancos a criptomoedas.
Conhecido como o “banco central dos bancos centrais”, o BIS manteve os números apresentados em junho deste ano. Ou seja, bancos poderão ter até 1% de exposição a criptomoedas como Bitcoin.
Entretanto, vale notar que o número aumenta para outros ativos, como stablecoins 100% lastreadas. Neste caso, a exposição máxima passa a ser de até 2%.
“O Comitê de Basileia publicou um padrão prudencial global para exposições de bancos a criptoativos, segundo o qual criptoativos e stablecoins não lastreados com mecanismos de estabilização ineficazes estarão sujeitos a um tratamento prudente conservador.”
The #BaselCommittee has published a global prudential standard for banks’ exposures to cryptoassets, whereby unbacked cryptoassets and stablecoins with ineffective stabilisation mechanisms will be subject to a conservative prudential treatment https://t.co/cVVHxnreVD pic.twitter.com/qFZHxrXBpx
— Bank for International Settlements (@BIS_org) December 16, 2022
Entendendo a classificação do BIS
No texto, o Comitê de Basileia divide as criptomoedas em dois grupos. O primeiro deles é composto por ativos de menor risco, como stablecoins com 100% lastreadas. Já o segundo contém ativos sem lastro, como Bitcoin, Ethereum e a maioria das criptomoedas.
“A exposição total de um banco aos criptoativos do Grupo 2 não deve exceder 2% do capital de Nível 1 do banco e geralmente deve ser inferior a 1%”, aponta o BIS no documento publicado.
Caso bancos ultrapassem este limite, poderão ter um novo limite de até 2%, mas serão rebaixados. Caso este novo limite seja quebrado, os mesmos sofrerão mais punições.
Finalizando, o BIS sugere que reavaliará tais porcentagens conforme o mercado de criptomoedas evolui. Ou seja, o comitê parece estar confortável com esta nova era do dinheiro.
Bancos já possuem bilhões em Bitcoin
Em estudo realizado pelo BIS em setembro deste ano, o Comitê apontou que os maiores bancos do mundo já possuíam US$ 9 bilhões (R$ 48 bilhões) em criptomoedas. Na data, a maioria era composta por Bitcoin, seguido por Ethereum, as duas maiores do mercado.
Por fim, a nova classificação das criptomoedas por grupos também deve acelerar a regulamentação global das mesmas e acelerar sua adoção. Afinal, até então bancos estavam operando sem diretrizes.
Quanto aos investidores mais otimistas, estes acreditam que o Bitcoin possa integrar até mesmo o caixa de bancos centrais, assumindo o mesmo papel do ouro. Entretanto, até o momento nenhum grande país assumiu este risco.