Na manhã desta terça-feira (1º), a Casa Branca disse ter “indicações de que o Irã estava se preparando para lançar um ataque com mísseis balísticos contra Israel”. Horas depois, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que o ataque já havia começado.
Desde então, o Bitcoin perdeu cerca de 4% de seu valor, acompanhando perdas de outros mercados devido ao conflito geopolítico.
Além disso, o Bitcoin já estava pressionado pelas falas de Jerome Powell, que prometeu cortes menos agressivos nas próximas reuniões do Fed.
Entendendo os riscos geopolíticos nos investimentos
Guerras obviamente não são um sinônimo de prosperidade. Por conta disso, mercados tendem a reagir negativamente a esses eventos geopolíticos. No caso atual, o conflito escalou após Israel matar Hassan Nasrallah, líder do grupo terrorista Hezbollah, na semana passada.
No entanto, vale notar que essa não é a primeira vez que isso acontece. Em abril, o Irã lançou um ataque com mais de 200 drones e mísseis contra Israel. Na data, tanto o Bitcoin quanto outras criptomoedas desabaram.
Alguns estudiosos já criaram até mesmo um Índice de Risco Geopolítico, usando-o para avaliar seu impacto nos mercados.
No caso do Bitcoin, um estudo do ETC Group mostra que a criptomoeda tende a apresentar queda em um primeiro momento. No entanto, volta a continuar sua trajetória de alta logo na sequência.
“Mesmo ao desconsiderar o desempenho médio ao longo de uma janela aleatória de 100 dias, revela-se que o ‘desempenho excessivo’ do Bitcoin ainda era positivo em torno desses principais eventos geopolíticos”, escreveu o ETC Group.
“Em outras palavras, o Bitcoin mostrou retornos acima da média após esses eventos de risco geopolítico significativos no passado.”
O texto também cita que esses períodos tendem a estar ligados a regimes inflacionários, outro ponto que beneficia ativos escassos como o Bitcoin.
Outra gestora que apresenta as mesmas informações é a BlackRock. No mês passado, analistas compararam o desempenho do Bitcoin frente ao S&P 500 e ao ouro, mostrando que o BTC foi uma proteção mais segura em relação a guerras, crises e outros eventos macro.
Situação não deve melhorar
Também no mês passado, Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, disse estar preocupado com conflitos geopolíticos. Na sua visão, as guerras em andamento não devem acabar tão cedo e novos países podem se envolver nelas, piorando ainda mais a situação.
Como exemplo, Joe Biden, presidente dos EUA, disse estar pronto para ajudar Israel após os bombardeios do Irã.
“Esta manhã, Kamala Harris e eu convocamos nossa equipe de segurança nacional para discutir os planos do Irã de lançar um ataque iminente com mísseis contra Israel”, disse Biden. “Discutimos como os Estados Unidos estão preparados para ajudar Israel a se defender contra esses ataques e proteger o pessoal americano na região.”
O mapa abaixo mostra a guerra na região em tempo real.