Para proteger os depósitos em meio a uma crise bancária que continua se estendendo, o Fed liberou o Programa de Financiamento Bancário a Prazo (BTFP, sigla em inglês) para resgatar bancos em dificuldade financeira.
Segundo fontes, o programa já injetou cerca de US$ 300 bilhões (R$ 1,58 trilhão) na última semana. Desta soma, cerca de US$ 140 bilhões foram destinados ao Signature e ao Silicon Valley Bank (SVB).
No entanto, as previsões de especialistas apontam para um cenário ainda pior. Segundo analistas do JPMorgan, o Fed pode usar até US$ 2 trilhões.
Além dos EUA, vale notar que outros países também estão passando pela mesma situação. Na última quarta-feira (14), por exemplo, o Banco Central da Suíça liberou o equivalente a R$ 284 bilhões a um único banco.
Bitcoin volta a subir e toca os US$ 27.000
Embora tenha caído na quarta-feira (14) mesmo após romper os US$ 25.000, o Bitcoin voltou a subir nesta sexta-feira (17). Chegando aos US$ 27.000 pela manhã, a maior criptomoeda do mercado chegou a um novo pico de preço anual.
O principal motivo seria justamente essa injeção de dinheiro tanto pelo Fed quanto por outros bancos centrais em meio a crise bancária que parece estar apenas em seu início.
Afinal, analistas do JPMorgan apontaram que o Fed pode usar até US$ 2 trilhões (R$ 10,5 tri) para acalmar o mercado. “O uso do BTFP do Fed provavelmente será grande”, apontou o relatório do JPMorgan, divulgado pela Bloomberg.
Como visto no caso do Credit Suisse, esses resgates também devem ocorrer fora dos EUA. Portanto, a falta de confiança em tais instituições e a injeção desenfreada de dinheiro estão jogando o Bitcoin para cima.
Fed deve continuar escalada de juros
Outra manobra do Fed a ser acompanhada é sua posição em relação à taxa de juros. Conforme o Banco Central Europeu ignorou a crise bancária e elevou os juros em 0,5% nesta quinta-feira (16), é possível que o Fed faça o mesmo em sua próxima reunião, marcada para a próxima quarta-feira (22).
Mesmo com a pressão da política monetária do Fed, o Bitcoin está apresentando uma alta anual de 60,5%. Ou seja, é bem possível que vejamos um novo topo histórico para a criptomoeda assim que o Banco Central americano zerar as taxas, o que só deve acontecer no próximo ano.
Portanto, a criptomoeda pode parecer interessante para quem gosta de correr riscos. Afinal, embora investimentos em renda fixa estejam em seu auge, um possível novo ciclo de alta do Bitcoin poderia apresentar retornos maiores e mais rápidos.