Novos recursos devem chegar ao bitcoin com uma nova atualização que pode chegar em março. De acordo com um desenvolvedor e entusiasta no Brasil, a inovação não deverá mudar em nada para a maior parte das pessoas.
O Bitcoin é uma moeda digital que é melhorada constantemente. Essas mudanças, contudo, nunca são fáceis, uma vez que não há um dono do Bitcoin.
A própria comunidade compartilha suas experiências para modificar o código da moeda. Vale o destaque que o Bitcoin é uma das criptomoedas com maior número de desenvolvedores hoje, reunidos principalmente no GitHub.
Para 2021, uma atualização deve ativar a Assinatura Schnorr, intitulada de Taproot, através de um soft fork. Essa alteração, que tende a ser leve, precisa ainda sim, de consenso dos mineradores e nodes de Bitcoin.
Entre as melhorias propostas, há um aumento na privacidade dos usuários e uma mudança nos custo das transações, que pode ser diminuído. Além disso, as transações deverão ocupar menos espaço na blockchain do Bitcoin, ponto importante para os full nodes.
Nova atualização do Bitcoin deve começar a ser ativada em março, expectativa é que até 2022 esteja concluída
Apesar da rede Bitcoin passar por um importante momento em 2021, com ampla adoção institucional, a tecnologia tende a melhorar. Isso porque, os desenvolvedores que modificam o código do Bitcoin, o Core, estão planejando ativar uma alteração importante.
De acordo com o cypherpunk brasileiro Narcélio Filho, a reunião teria acontecido na última terça-feira (16). Nesse encontro, teria ficado definido que no final de março de 2021, a provável versão do Bitcoin Core 0.21.1 deve ser lançada.
Com a atualização, que ainda não definiu o futuro da moeda, deve ser ativado o Taproot. Assim, começa na comunidade Bitcoin mundial o processo para atualização de full nodes.
Quando a maior parte dos full nodes realizarem a atualização, é esperado que comece o apoio dos mineradores. Responsáveis por validar as transações da rede e garantir a segurança do Bitcoin, os mineradores devem sinalizar o apoio ao soft fork.
Pode parecer confuso a implementação da atualização do Bitcoin, mas para usuários comuns da moeda nada deve mudar. Isso porque, o Bitcoin criado por Satoshi Nakamoto continua o mesmo, apenas com mais funcionalidades.
“Quem não atualizou nenhum programa não vai notar diferença nenhuma. O Bitcoin do Satoshi continua o mesmo desde sempre. Mas quem quiser usar a nova funcionalidade terá os benefícios, como transações menores, mais baratas, mais sigilosas e mais versáteis”, afirmou Narcélio.
Minerador que não registrar apoio até 2022 pode ser pressionado por nodes de Bitcoin
A alteração na rede do Bitcoin tem sido vista com bons olhos pela comunidade. Como é necessário o consenso para realizar essa alteração, há uma preocupação com possíveis hard forks da moeda.
Isso acontece quando alguém não concorda com as mudanças e resolve criar uma moeda nova. Em 2017, por exemplo, com a implementação do Segwit, as pessoas que não gostaram da mudança criaram o Bitcoin Cash.
Apesar disso, a moeda não tem muito uso hoje (nem valor de mercado), mostrando que a maior parte da comunidade seguiu com o Bitcoin Core (BTC). Os mineradores terão até 2022 para demonstrar o apoio ao Taproot, ou seja, poderão refletir se concordam com a mudança ou não.
Caso a maioria não concorde, Narcélio lembra que os full nodes podem pressionar a aceitação. Contudo, até o momento, não há indícios que a nova atualização do Bitcoin enfrente resistência na comunidade, sendo ativada já no próximo mês.
“Não tem ninguém criando caso agora. E numa pesquisa informal com os mineradores, 88% do hashrate já demonstrou apoio. Só vai faltar terem o “trabalhinho” de atualizarem os sistemas”, disse Narcélio em seu Twitter