Afirmando que o bitcoin nunca recuperará seu preço após perder 70% de valor em relação à máxima histórica, Jorge Stolfi, professor de computação da Unicamp, voltou a atacar o uso da moeda digital como meio de pagamento.
A nova crítica veio ao projeto ‘Bitcoin Beach’ no Brasil, que acontece na praia de Jericoacoara, no Ceará.
Ao ver um youtuber comprar uma água e pagar com bitcoin, Stolfi afirmou que a moeda em si não teve uso, mas apenas uma “cópia” dela.
A publicação que despertou a ira do professor indicava que 1 banana custou aos alunos de uma escola apenas uma fração de bitcoin (10 satoshis), e apesar de a transação ser pública e verificável por qualquer pessoa que saiba usar um computador, o professor disse que é “mentira.”
Pare com essas mentiras. Você não pagou com bitcoins. Você usou um "banco de bitcoins", pagando com "bitcoins virtuais" — números numa base de dados centralizada da empresa.
— Jorge Stolfi (@JorgeStolfi) December 6, 2022
Após críticas ao uso de bitcoin, professor diz que preço nunca vai se recuperar
Desde a máxima histórica do bitcoin em 2021, quando cada bitcoin atingiu a cotação de US$ 69 mil, a moeda perdeu 76% de seu valor em Dólar, chegando a US$ 16.800,00 após 1 ano.
A queda foi pressionada por um desinteresse no mercado após bancos centrais elevarem as taxas de juros das moedas fiduciárias. Para piorar, corretoras quebraram e despejaram seus bitcoins no mercado, pressionando ainda mais as quedas.
Para Jorge Stolfi, por mais que as pessoas tentem utilizar a moeda como meio de pagamento, ela é péssima como investimento, além de ruim como meio de pagamento. Segundo o professor doutor em computação, o bitcoin é o maior “esquema ponzi da história”.
Pare com isso. Essas lorotas já cansaram há anos. Bitcoin é uma 💩como moeda, uma 💩
com o meio de pagamento, e uma grande fraude como investimento. O maior esquema ponzi da história. >>— Jorge Stolfi (@JorgeStolfi) December 6, 2022
Por acreditar que o bitcoin se trata de uma fraude, o professor disse que o preço da moeda nunca vai se recuperar.
Professor não gosta do Real digital por seu envolvimento com blockchain
O Brasil recentemente aprovou seu primeiro projeto de lei de criptomoedas no Congresso Nacional, que agora aguarda sanção presidencial de Jair Bolsonaro.
Além disso, o país estuda uma forma de criar o Real digital, uma CBDC que poderá utilizar blockchain em sua infraestrutura. A ideia do banco central é transformar o dinheiro do Brasil em uma versão programável e Web3.
No entanto, Jorge Stolfi acredita que tudo isso é um grande desperdício de dinheiro, visto que ao utilizar blockchain, nem mesmo os membros do próprio banco central estariam empolgados, segundo sua visão, após participar de um evento.
“A propósito, estive recentemente em um painel com o cara do Banco Central que supervisionou o projeto PIX (um grande sucesso) e o projeto CBDC (100% certo de ser um grande desperdício de dinheiro, já que um monte de “blockchain” empresas foram contratadas para criar estudos-piloto), e ele não parecia muito animado com o último.”
Nos últimos anos, Stolfi já abordou o bitcoin de formas variadas como uma fraude, acreditando que a tecnologia não resolve nenhum problema real.
Por suas falas, Jorge participou de uma conferência internacional contra a tecnologia cripto, considerado um dos maiores haters do bitcoin no Brasil.