Bitcoin encosta na temida “Cruz da Morte” e coloca traders em alerta

A cruz da morte é uma ocorrência em que a média móvel de um ativo em um período de tempo mais curto (neste caso, 50 dias para o Bitcoin) cai abaixo de sua média móvel em um período mais longo (200 dias).

O mercado de criptomoedas e o mercado cambial estão mostrando sinais contraditórios que estão intrigando investidores e analistas. Nos últimos dias, o preço do Bitcoin exibiu uma tendência que pode levar à temida “cruz da morte“, um sinal frequentemente interpretado como um prelúdio para uma queda drástica no preço da moeda digital.

Em contraste, o índice do dólar americano (DXY), que monitora o valor do dólar em relação a uma cesta de outras moedas globais, está prestes a fazer o oposto: um evento conhecido como “cruz dourada”.

A inusitada sincronicidade entre o Bitcoin e o DXY está levantando questões para os investidores, com alguns dizendo que a situação parece um “eclipse financeiro.”

O cenário vem em um momento em que os gráficos do Bitcoin e do índice do dólar parecem estar se movendo em direções opostas. Isso ocorre após um período em que o Bitcoin viu uma queda de 19% em seu valor desde meados de julho, enquanto o índice do dólar subiu 5,3%, alcançando o nível mais alto desde 15 de março.

Gráficos diários de BTC e DXY TradingView/CoinDesk
Gráficos diários de BTC e DXY TradingView/CoinDesk

Bitcoin cai e se aproxima da temida cruz da morte

A cruz da morte é uma ocorrência em que a média móvel de um ativo em um período de tempo mais curto (neste caso, 50 dias para o Bitcoin) cai abaixo de sua média móvel em um período mais longo (200 dias).

Isso é muitas vezes interpretado como um sinal de que o ativo pode entrar em uma tendência de baixa. O Ethereum, a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado, também indica que uma cruz da morte pode ser iminente.

“No gráfico do Bitcoin, tal padrão [cruz da morte] pode se formar na próxima semana”, disse AlexKuptsikevich, analista sênior de mercado da FxPro, ao Coindesk.

Por outro lado, a cruz dourada no índice do dólar ocorre quando a média móvel de 50 dias ultrapassa a média móvel de 200 dias, sinalizando potencialmente o início de uma tendência de alta para o dólar. Este evento está ocorrendo em meio a um contexto macroeconômico em que ativos de risco estão sendo reavaliados.

Analistas alertam que, apesar desses indicadores técnicos, o cenário é mais complexo do que parece. A cruz da morte no Bitcoin, por exemplo, nem sempre foi um sinal confiável de uma tendência de baixa duradoura.

A tabela mostra que a cruz da morte não é confiável como um indicador independente e já prendeu os vendedores no lado errado do mercado várias vezes no passado. (TradingView/CoinDesk) (TradingView/CoinDesk)
A tabela mostra que a cruz da morte não é confiável como um indicador independente e já prendeu os vendedores no lado errado do mercado várias vezes no passado. (TradingView/CoinDesk)

Além disso, a força recente do dólar é parcialmente atribuída à sua posição como moeda de reserva global e aos preços elevados da energia, fatores que podem mudar rapidamente.

Dada essa dinâmica complexa e interconectada entre o Bitcoin e o dólar americano, os investidores estão sendo aconselhados a proceder com cautela. Os próximos dias podem trazer mais volatilidade e incertezas, exigindo um olhar cuidadoso sobre os mercados financeiros globais.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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