Após se tornarem uma febre no Ethereum, com uma única imagem chegando a R$ 350 milhões, os NFTs invadiram o Bitcoin. No entanto, nem todos estão satisfeitos com esse novo recurso.
Segundo um usuário anônimo, que se identifica pelo nome de Unhosted Marcellus, tais NFTs não estão sendo usados por pessoas comuns. Ou seja, o recurso estaria sendo usado para um ataque de negação de serviço (DDoS) na rede.
Enquanto o Bitcoin estava com uma fila de 50.000 transações no mês passado, a situação não melhorou muito. Segundo dados do mempool.space, atualmente existem mais de 34.000 transações aguardando por confirmação dos mineradores.
Como consequência, para uma transação ser confirmada no próximo bloco, as taxas chegam a 45 sat/vB. Em conversão direta, o usuário precisaria pagar entre 9 a 15 reais, dependendo do tipo de endereço, mais caro que o quase obsoleto DOC usado por bancos.
NFTs são um ataque DDoS ao Bitcoin, afirma usuário
Apontando para uma cunhagem de 5.500 NFTs no sábado (1º), Unhosted Marcellus descreveu a prática como um ataque DDoS ao Bitcoin.
“Outra evidência que suporta a hipótese de que as inscrições não estão sendo usadas por pessoas comuns, mas especificamente para [ataques] DDoS [no] Bitcoin”, comentou. “Hoje, às 20:35 CET, um grande lote de 5,5 mil inscrições foi transmitido de uma só vez.”
Questionado sobre suas palavras, o usuário voltou a afirmar que isso é sim um ataque, explicando que todos os usuários estão afetados por essa febre dos NFTs.
“Isso é um ataque DDoS. As inscrições degradam o tráfego do Bitcoin para todos os seus usuários, entre outras externalidades mais óbvias que elas impõem aos usuários (taxas mais altas, tempos de confirmação mais longos) e node runners (custos mais altos para operar o node).”
Como solução, alguns desenvolvedores estão trabalhando em um chamado “filtro de spam”. No entanto, é difícil acreditar que isso seja o suficiente para barrar os NFTs no Bitcoin.
Em defesa dos NFTs, alguns argumentam que as pessoas pagam pelo espaço de bloco para usarem como bem entendem. No entanto, o desenvolvedor Luke Dashjr aponta que esse spam é preocupante.
“— Então você não gosta de mais dinheiro. OK, eu acho”, comentou um usuário sobre o filtro de spam.
“— Para a maioria dos usuários, o spam apenas custa dinheiro, não dá [dinheiro]”, respondeu Dashjr.
Ou seja, mineradores estão aproveitando as taxas altas para lucrar mais. No entanto, pessoas que rodam nodes estão tendo mais custos para armazenar mais dados.
Por fim, tudo indica que esse seja apenas o início da polêmica. Afinal, além do já popular Ordinals, outros serviços como o Stamps prometem lotar ainda mais o Bitcoin com dados que não possuem relação com o BTC.