Acompanhando as medidas tomadas por El Salvador, Tonga é outro país que pode se beneficiar do Bitcoin caso ele adote a moeda. Sendo o país que mais depende de remessas internacionais, o Bitcoin pode ajudá-lo a economizar 30% de seu PIB, hoje perdido em taxas de serviços tradicionais.
A briga entre o Bitcoin e a Western Union, principal empresa usada para remessas internacionais em Tonga, é antiga. Em 2014, a empresa chegou a tomar ações legais para que uma imagem comparativa entre os dois fosse retirada do Facebook.
Apesar das boas intenções do parlamentar de Tonga, talvez o caminho mais simples seja educar o seu povo em vez de desperdiçar tempo e dinheiro na criação de leis.
Vivendo em 1800
Embora o mundo tenha evoluído tecnologicamente, alguns serviços antigos continuam sendo usados, como é o caso da Western Union, empresa responsável pelo envio e recebimento de dinheiro internacional. Trabalhando no ramo desde 1871, as suas altas taxas são um grande problema para seus usuários.
O Bitcoin pode resolver isso. A ideia de Lord Fusitu, membro do parlamento de Tonga é se inspirar na Lei do Bitcoin de El Salvador para criar um projeto similar para o seu país. Segundo ele, as taxas da Western Union são tão altas que tem forte impacto no PIB do país.
“Tonga é o país que mais depende de remessas internacionais. Entre 38% e 41,1% do nosso PIB, dependendo dos números do Banco Mundial usados, são remessas, para enviar essas remessas para Tonga, a Western Union cobra 30%, em média […] Portanto, nosso PIB em 2020 foi de 510 milhões de dólares, 40 por cento disso é pouco mais de 200 milhões, então 30 por cento disso ou 60 milhões são taxas somente para a Western Union.”
A briga entre o Bitcoin para tomar o lugar da empresa é antiga. Em 2014, a Western Union tomou ações legais para que o Facebook removesse uma comparação entre os serviços da empresa e o Bitcoin.
A imagem é uma crítica baseada em uma campanha publicitária da WU, na qual mostra as vantagens do Bitcoin. Como essa imagem foi removida do Facebook, um usuário fez questão de salvá-la na blockchain do Bitcoin, provando mais uma vez o seu valor.
Forçar ou educar
Recentemente, Vitalik Buterin, e outros, iniciaram uma discussão sobre a obrigatoriedade de aceitar Bitcoin em El Salvador. Segundo eles, ninguém deveria ser obrigado a aceitar uma moeda, pois isso vai contra os princípios das criptomoedas.
Caso os cidadãos de Tonga queiram economizar nas taxas de remessas internacionais, basta educá-los. Um caminho bem mais fácil do que tentar aprovar uma lei que levará tempo para ser redigida e votada.
Além disso, a ideia já começa a sofrer críticas antes mesmo de ser materializada. O presidente do Banco Central de Tonga já declarou que “o banco não tem intenção de aceitar o Bitcoin como moeda legal”. Educar é um caminho mais simples e barato, como o Bitcoin em relação as taxas da Western Union.