Mike Novogratz, CEO da Galaxy Digital, acredita que o Bitcoin pode chegar a US$ 500.000 (R$ 2,9 milhões) caso os EUA comprem a criptomoeda para guardar em seus cofres ao lado de suas reservas de ouro. O texto sugere a compra de 1 milhão de bitcoins.
Tal proposta foi apresentada pela senadora Cynthia Lummis durante a conferência Bitcoin 2024 e voltou a ser comentada após Donald Trump ser eleito presidente dos EUA. Trump, por outro lado, prometeu apenas não vender os bitcoins confiscados de criminosos.
Embora muitos, incluindo Novogratz, digam que as chances disso acontecer são pequenas, o início dessas conversas mostra o quanto o Bitcoin evoluiu em seus quase 16 anos de história, passando de uma utopia para um dos melhores ativos do mundo.
Governo americano vai comprar Bitcoin?
Um dos pontos mencionados por Mike Novogratz é que, embora os Republicanos tenham maioria nos três poderes, os números não são suficientes para aprovar um projeto tão grande quanto esse.
“Embora os republicanos controlem o Senado, eles não têm nem perto de 60 cadeiras. Acho que seria muito inteligente para os Estados Unidos pegarem o Bitcoin que têm e talvez adicionar um pouco a ele e dizer: queremos mostrar ao mundo que seremos um país voltado para tecnologia, um país cripto, de ativos digitais… Não acho necessariamente que o dólar precise de algo para respaldá-lo”, comentou o CEO da Galaxy Digital.
Por outro lado, Novogratz nota que o preço do Bitcoin irá disparar caso isso aconteça, podendo chegar a US$ 500.000 (R$ 2,9 milhões) por unidade.
“Se conseguirmos a reserva de Bitcoin, como alguém que possui muito Bitcoin, eu não vou chorar. Acho que o Bitcoin vai chegar a US$ 500.000. É um paradigma diferente porque obriga todos os outros países a entrarem.”
Bitcoin has crossed $90,000 for the first time ever as its record rally continues in the wake of President-elect Donald Trump’s victory.
Galaxy Digital CEO Mike Novogratz says the token could soar to $500,000 if the US creates a Bitcoin reserve https://t.co/nXtrneQhNX pic.twitter.com/f8eCmwwKFT
— Bloomberg TV (@BloombergTV) November 13, 2024
Atualmente, apenas pequenos países como El Salvador e Butão possuem reservas de Bitcoin, compradas com seu próprio dinheiro. Embora o experimento esteja sendo um sucesso nesses casos, a entrada dos EUA seria muito mais psicológica devido ao seu tamanho na economia global.
Quanto os EUA já deixaram de ganhar com o Bitcoin?
Por outro lado, vale notar que a simples ideia de não vender os bitcoins confiscados de criminosos já pode ajudar muito os EUA e o próprio mercado. Conforme isso não exige nenhum gasto, tal proposta não deve ter grande resistência.
Dados históricos mostram que os EUA já poderiam ter uma grande reserva caso nunca tivesse vendido seus bitcoins.
Em junho de 2014, por exemplo, o governo leiloou cerca de 30.000 bitcoins por um preço médio de US$ 631 por unidade. Em agosto daquele mesmo ano, outros 50.000 bitcoins foram leiloados por US$ 380. Já em 2023, 9.861 bitcoins foram vendidos por US$ 215 milhões.
Segundo ferramenta criada pelo desenvolvedor Jameson Lopp, o governo dos EUA vendeu 195 mil bitcoins nos últimos 10 anos, ganhando US$ 366 milhões com as vendas. No entanto, hoje essa quantia está avaliada em US$ 17 bilhões (R$ 100 bilhões).
Por fim, dados mostram que hoje o governo detém 208.109 bitcoins, mas parte será devolvida para uma corretora hackeada em 2016. De qualquer forma, isso já poderia ser o início de algo gigante.
Bitcoin deve ultrapassar os 100 mil dólares até o final de novembro
Caio Leta, Head de Conteúdo e Pesquisa da Bipa, prevê que o Bitcoin deve ultrapassar a marca dos US$ 100 mil até o fim de novembro, com a possibilidade de começar 2025 acima de US$ 120 mil.
De acordo com o especialista e educador, o otimismo no mercado foi impulsionado pela recente vitória de Donald Trump, que tem gerado uma reprecificação nos investimentos globais.
“A expectativa é de um impacto positivo no ecossistema cripto, uma vez que Trump, ao conquistar a Câmara e o Senado, abre espaço para legislações favoráveis à criptoeconomia.”, disse Leta.
Entre os nomes especulados para liderar a SEC de Trump estão Scott Bessent e Howard Lutnick, ambos com posições pró-cripto, em contraste com Gary Gensler, que era crítico ao setor.
Essa mudança de postura regulatória, associada a rumores de que países como a Arábia Saudita estão adquirindo Bitcoin, vem alimentando o sentimento de que o ativo poderia se tornar uma reserva estratégica para os Estados Unidos.
A recente alta, marcada pela ausência de correções, também sugere que o movimento é liderado por investidores institucionais e outros países, promovendo uma “teoria dos jogos” onde nações competem para acumular Bitcoin como ativo estratégico.
“A especulação de que o Bitcoin pode se tornar um ativo de reserva estratégica dos Estados Unidos já está iniciando um contágio social. Há especulações de que os sauditas estejam comprando Bitcoin e que toda essa alta não seja apenas de instituições, como por exemplo pessoas comprando ETFs. Uma grande alta aconteceu no domingo, um momento em que não haveria instituições comprando. O padrão de compra, sem dips ou correções, também não é associado ao varejo. Acredita-se que a ideia de ter uma reserva estratégica de Bitcoin nos Estados Unidos iniciou um contágio social e uma teoria dos jogos com outros países.”