Tulipas laranja, da cor do Bitcoin. Foto: Alex Ohan/Pexels.
Após o Bitcoin cair 30% em relação ao seu topo histórico, diversos críticos ressurgiram das cinzas para criticar a criptomoeda. Juntando-se a este time está Merryn Somerset Webb, uma antiga crítica do Bitcoin.
Em artigo publicado na Bloomberg neste sábado (16), a jornalista afirma que o “Bitcoin está começando a parecer uma tulipa digital” ao invés de um ouro digital e pode perder todo o seu valor.
Seus comentários seguem as críticas de Michael Burry, que na semana passada afirmou que o Bitcoin é “o bulbo de tulipa do nosso tempo”.
O Bitcoin está sendo negociado na faixa dos US$ 90.000 no momento desta redação, uma queda de 5% em relação ao início do ano, que prometia ser um dos melhores da história devido aos cortes nos juros e outras questões macroeconômicas.
Em artigo publicado na Bloomberg, Merryn Somerset Webb questiona o motivo dessa queda.
Como exemplo, a jornalista cita que pode ser uma mera realização de lucros, os discursos mais duros do Fed, pressão sobre a Strategy, medo da computação quântica, e até mesmo o ativo que está indicando o fim do carry trade de iene com a alta dos juros no Japão.
Segundo Webb, é impossível saber quais histórias estão ligadas ao Bitcoin ou não. Sua opinião é que o Bitcoin está ligado a narrativas já que não produz nada.
“Os movimentos bruscos do Bitcoin também podem ser o mercado reconhecendo que seu valor intrínseco não é bem o que os fãs pensam, e que ele está caminhando para seu valor justo — zero.”
“Sem fluxo de caixa, sem expectativa de fluxo de caixa e sem uma correlação de 3.000 anos com a inflação (como você, ouro), não há como precificá-lo”, escreveu Webb. “Talvez acabe sendo ouro digital. Talvez tulipas digitais. De qualquer forma, agora não há como contar uma história que o torne uma reserva de valor confiável.”
No entanto, as críticas de Webb não são novas. Como exemplo, a jornalista escreveu em 2018, quando o Bitcoin caia dos US$ 19.666 para os US$ 9.222, que a criptomoeda era “uma das bolhas especulativas mais óbvias que nossa geração já viu”.
Desde então, o Bitcoin valorizou 850%, mas suas visões se mantiveram as mesmas, como visto neste último artigo.
Afirmando que não poderia compartilhar um link, talvez por também trabalhar na Bloomberg, Eric Balchunas recomendou que seus seguidores pesquisassem sobre os termos tulipas e Bitcoin para entenderem sua publicação em defesa da criptomoeda.
“Aqui está o motivo pelo qual eu, pessoalmente, não compararia bitcoin a tulipas (não importa quão ruim seja a queda). As tulipas subiram e desabaram em cerca de 3 anos. Tomaram um único soco no rosto e foram nocauteadas. O bitcoin voltou de uns 6 ou 7 golpes pesados para atingir novas máximas e já sobreviveu por 17 anos”, iniciou Balchunas.
“Só essa resistência já deveria eliminar a comparação com tulipas, sem falar no fato de que ele ainda está cerca de 250% acima nos últimos 3 anos e subiu 122% no ano passado. A questão é que algumas pessoas simplesmente odeiam esse ativo e querem irritar quem gosta dele. Isso provavelmente nunca vai mudar.”
Continuando sua explicação, Balchunas aponta que o fraco desempenho do Bitcoin em 2025 pode ser uma resposta aos excessos do ano anterior, reiterando que a criptomoeda valorizou 122% no período.
“Mesmo que 2025 acabe sendo um ano estável ou moderadamente negativo, ele ainda está operando na sua média anual por volta de 50%. Os ativos têm permissão para esfriar de vez em quando, até ações. Estão analisando demais isso, na minha opinião”, continuou Balchunas.
Finalizando, ele nota que ativos não precisam ser produtivos para terem valor, incluindo o ouro, defendido por Webb. Quanto às tulipas, Balchunas afirma que elas são um “animal diferente”.
Para nomes como a Grasycale, o mercado de alta segue vivo e correções de 30% são comuns para o Bitcoin durante ralis.
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