David Marcus, ex-presidente do Paypal, está confiante de que o Bitcoin seja a evolução do mundo financeiro. Falando sobre sua empresa, que trabalha com a Lightning Network (LN), o executivo afirmou que eles estão “tentando transformar o Bitcoin em uma rede de pagamentos global”.
Em abril deste ano, Marcus lançou a Lightspark, uma solução para empresas trabalharem com a Lightning Network. Em contraste com as transações on-chain, a LN oferece tanto taxas quanto tempos menores, mas ainda não foi amplamente adotada.
Apesar de ter sido lançada em 2018, há 5 anos, a LN só começou a ser adotada por grandes corretoras neste ano, como é o exemplo da como Kraken e da Binance. No entanto, outras nem sequer oferecem essa opção para depósitos e saques no momento.
Ex-presidente do PayPal está confiante sobre o futuro do Bitcoin
Além de seus três anos no PayPal, David Marcus também é lembrado pela sua passagem em outras gigantes como Facebook, Coinbase e Diem. Mais recentemente, o executivo também se tornou um membro do conselho de diretores do Nubank.
De qualquer forma, a cabeça de Marcus parece estar voltada em sua própria empresa, a Lightspark, e também no Bitcoin. Em conversa com a CNBC nesta segunda-feira (11), o executivo comentou sobre a sua visão sobre o sistema financeiro mundial.
“Estamos tentando transformar o Bitcoin em uma rede de pagamentos global.”
Explicando seu comentário, David aponta que se você abordar uma pessoa na rua, nenhum turista conseguirá receber pagamentos, já que não possuem conta bancária ali.
“Se você quiser se comunicar com eles, você pode pedir seu endereço de e-mail, você pode enviar uma mensagem, fazer uma chamada de vídeo. Mas se você quiser enviar dinheiro, e eles não forem americanos, então você não conseguirá fazer isso”, notou Marcus. “Ainda estamos na era do fax no setor de pagamentos globais.”
Questionado sobre outras soluções de pagamentos, como Venmo, Marcus explica que elas não são universais. “Não há protocolo universal de dinheiro na internet, que permita que o dinheiro seja enviado, que permita que valores sejam transportados pela internet.”
“Você teria que pedir pelo número da conta [dessa pessoa], esse número estaria em diferentes formatos, dependendo de onde você estiver no mundo. Você teria que caminhar até uma filial e pagar US$ 50 para fazer uma transação internacional. E se for na sexta-feira, após as 17h, boa sorte.”
Interessado na conversa, o entrevistador Andrew Sorkin expôs suas incertezas sobre o Bitcoin se tornar uma moeda. Como argumento, aponta que ninguém gastará seus bitcoins numa pizza, ou outros itens, caso pense que seu preço dobrará no futuro.
O contrário também aconteceria em caso de uma queda, “eu gastaria imediatamente”, comentou o âncora do programa.
“Nossa visão é que o Bitcoin não é uma moeda que as pessoas usarão para comprar coisas”, respondeu David Marcus. “Mas uma fração de Bitcoin na Lightning é como um pequeno pacote de dados na internet, apenas para valor.”
“Você pode trocar nas pontas da rede, enviar dólares para alguém que receberá em ienes japoneses do outro lado, ou enviar dólares para alguém que receberá euros do outro lado. A camada de compensação usada é basicamente Bitcoin, Lightning [Network], ela faz compensações em tempo real há um custo muito baixo.”
O trecho desta conversa pode ser assistido no tuíte abaixo.
"We're trying to turn #Bitcoin into a global payment network. There's no universal protocol for money on the internet that enables value to be transported," says @lightspark CEO @davidmarcus. "Our view is $BTC is not the currency people will use to buy things." pic.twitter.com/3fEBTzHxJS
— Squawk Box (@SquawkCNBC) September 11, 2023
