Bitcoin se descolou dos mercados tradicionais devido a briga entre desenvolvedores, diz Renato Trezoitão

Brasileiros continuam debatendo Bitcoin Core vs Knots nas redes sociais

Renato Amoedo, mais conhecido como Trezoitão, acredita que a recente queda do Bitcoin está ligada a uma briga entre desenvolvedores do projeto. Sendo mais específico, ele afirma que o Bitcoin se descolou de outros mercados porque baleias estão despejando suas moedas.

“O motivo fundamental do Bitcoin ter descolado tanto dos mercados convencionais quanto da alta correção que ele tinha com a liquidez global, com a M2 global, ninguém tá comentando, que é a briga entre os devs”, iniciou Trezoitão.

“Isso é o que tá fazendo um monte de ‘antigão’ vender bilhões de dólares em Bitcoin.”

Na sequência, Trezoitão menciona uma conversa entre João Paulo Mayall, criador do primeiro ETF de Bitcoin no Brasil, e Nick Szabo, um forte candidato a ser Satoshi Nakamoto, para as pessoas comuns entenderem o que está acontecendo.

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O trecho das citações acima foi compartilhada pelo próprio Mayall, que concordou com Trezoitão.

“Esse é, ou deveria ser, o debate mais relevante do Bitcoin agora. Apenas me parece que o tema ainda está um pouco com foco demais no core/knots quando o inimigo é outro.”

Comunidade brasileira estende debate sobre Bitcoin Core vs Bitcoin Knots

Questionado sobre o que deveria ser feito para gerenciar esse risco, J. P. Mayall fez uma lista de 5 pontos.

Como exemplo, cita que o debate Core/Knots deveria ser levado para toda comunidade com urgência.

Indo além, Mayall também recomenda rodar o Bicoin Knots, fazer um soft fork rápido tanto para o OP_RETURN voltar a ter limite de 80 bytes quanto para corrigir o desconto de transações SegWit.

“Enquanto um eventual soft fork não vem, usar a adoção massiva do Knots como sinalização econômica forte e unir toda a comunidade (devs, mineradores, empresas e holders) numa defesa coordenada de soberania antes das midterms de 2026, transformando o Bitcoin no fork civilizacional definitivo, imune a confisco e censura”, sugeriu Mayall, também afirmando que Luke Dashjr e Nick Szabo deveriam ter maior visibilidade nas conversas.

J. P. Mayall fala sobre briga entre desenvolvedores do Bitcoin Core e do Bitcoin Knots. Fonte: X.
J. P. Mayall fala sobre briga entre desenvolvedores do Bitcoin Core e do Bitcoin Knots. Fonte: X.

As discussões estão ligadas ao Bitcoin Core v30, atualização implementada em outubro. A principal mudança foi o aumento do limite do OP_RETURN, campo usado para inserir dados arbitrários, de 83 para 100.000 bytes, bem como a permissão para múltiplas saídas do tipo.

Algumas transações, ainda que ninguém as queira, são inofensivas, como demonstrado abaixo.

Mudanças no OP_RETURN permitiram que campo seja usado para inserir grandes quantidades de dados arbitrários além de transações monetárias, como artes em ASCII. Fonte: Mempool.space.
Mudanças no OP_RETURN permitiram que campo seja usado para inserir grandes quantidades de dados arbitrários além de transações monetárias, como artes em ASCII. Fonte: Mempool.space.

No entanto, outras gravações podem não ser tão bobas. Nick Szabo, por exemplo, acredita que o governo americano possa até mesmo condenar pessoas à morte por simplesmente rodar um full node.

““Quem … comunica, entrega ou transmite … a qualquer governo estrangeiro … qualquer … informação relacionada à defesa nacional … será punido com morte ou com prisão por qualquer período de anos ou prisão perpétua …”, escreveu Szabo, citando o artigo 18 U.S.C. § 794(a) da legislação dos EUA, dentre outras leis, para reafirmar sua posição contra a mais recente atualização do Bitcoin.

Ao contrário de outros aplicativos, o Bitcoin mantém uma base de dados imutável. Portanto, Szabo e outros temem que o governo americano poderia simplesmente banir nodes de Bitcoin, especialmente por novo presidente que não seja tão fã das criptomoedas quanto Trump, diminuindo sua adoção.

Outros especialistas não acreditam que Bitcoin Knots seja uma solução

Embora os defensores do Bitcoin Knots sejam contra o aumento do limite do OP_RETURN, até mesmo eles sabem que é impossível parar o spam no Bitcoin. Afinal, isso pode ser feito através de outros métodos de inserção e isso é feito desde sempre.

Narcélio, brasileiro especialista em Bitcoin, rebateu os cinco pontos de J. P. Mayall.

Como exemplo, apontou que o Knots não filtra spam, que ele é um péssimo software, mantido por um único maluco que perdeu seus bitcoins em um hack, e que aqueles que estiverem preocupados deveriam tirar dúvidas com quem entende desta parte técnica.

“Concordo totalmente que seria interessante diminuir a superfície de ataque e sou totalmente a favor de debates sobre isso. Mas Knots passa longe de ser solução”, concluiu.

Dashjr chegou a responder o tuíte, chamando Narcélio de “mentiroso”, assim como fez com centenas de outras pessoas ao longo dos últimos meses.

Narcélio fala sobre briga entre Bitcoin Core e Bitcoin Knots, e recebe resposta de Luke Dashjr. Fonte: X.
Narcélio fala sobre briga entre Bitcoin Core e Bitcoin Knots, e recebe resposta de Luke Dashjr. Fonte: X.

Enquanto Narcélio foi curto em sua resposta, Miguel Medeiros, brasileiro desenvolvedor do Pubky, publicou um longo texto para abordar os pontos levantados por J. P. Mayall.

“Se o medo é “ter uma cópia de dados potencialmente ilegais”, rodar Knots não apaga esses dados da blockchain. Você continua verificando os mesmos blocos”, explicou Medeiros.

“O grande valor do Bitcoin é justamente ser agnóstico ao conteúdo, focado em validação de regras e fees.”

Na sequência, também destaca que “amarrar Bitcoin a ciclo eleitoral dos EUA é um erro conceitual”, ou seja, defende que o Bitcoin é uma moeda global, podendo funcionar sem os EUA, assim como funciona sem a China.

Em relação à poda seletiva de dados não financeiros, Medeiros questiona quem definirá o que é financeiro, solução que poderia abrir a porta para a censura.

Aqueles que preferem um conteúdo em áudio e vídeo, ao invés de texto, é possível assistir uma conversa entre Caio Leta e Doom no canal Explica Bitcoin no vídeo abaixo.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.
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