A BlackRock, gestora de US$ 11,6 trilhões em ativos, está prestes a lançar um ETF de Bitcoin na Europa. Segundo uma fonte anônima da Bloomberg, o fundo deve ser registrado na Suíça e pode estrear ainda neste mês de fevereiro.
O sucesso desse novo produto é um mistério. Isso porque a Europa aprovou seu primeiro ETF de Bitcoin ainda em 2023, antes dos EUA, mas eles não ganharam tanta tração no velho continente.
Dos ETFs europeus à vista, com exposição direta ao Bitcoin, os maiores são os da Coinshares e da Bitwise, com US$ 1,4 bilhão e US$ 1,3 bilhão, respectivamente.
Como comparação, essas mesmas duas gestoras administram US$ 4,9 bilhões e US$ 4,3 bilhões, respectivamente, em seus ETFs de Bitcoin dos EUA. Ou seja, uma diferença de 3 a 3,5 vezes.
Por outro lado, a entrada da BlackRock pode impactar o mercado europeu devido ao seu tamanho e influência. Nos EUA, a gestora administra US$ 58,4 bilhões em seu ETF de Bitcoin, sendo mais de 6 vezes maior que os outros dois ETFs acima, somados.
Outro ponto a ser analisado é que Larry Fink, CEO da BlackRock, afirmou em janeiro que conversou com um fundo soberano sobre quanto eles deveriam alocar em Bitcoin. Portanto, é possível que seu ETF europeu de Bitcoin atraia investimentos de bancos centrais.
ETF de Bitcoin da BlackRock na Europa?
Embora o Bitcoin tenha enfrentado uma forte pressão vendedora em 2024, a criptomoeda fechou o ano em alta de 128% contra o dólar americano. Segundo analistas, os ETFs americanos foram responsáveis por jogar o preço do Bitcoin para cima.
Os rumores sobre o lançamento de um novo ETF de Bitcoin da BlackRock estão ligados ao sucesso do produto americano da gestora. Isso porque em apenas 10 meses, o IBIT ultrapassou o IAU, ETF de ouro da BlackRock, que já estava no mercado há 19 anos.
Indo além, dados da VettaFi mostram que o IBIT já é o 31º maior ETF do mundo. Em termos de volume médio diário nos últimos 3 meses, o ETF de Bitcoin da BlackRock é o mais negociado de todos, superando até mesmo o SPY, da SPDR, que oferece exposição ao índice S&P 500.
Comentando sobre o assunto em suas redes sociais, Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETFs, apontou para a diferença cultural entre americanos e europeus, notando que essa será uma jornada difícil até para BlackRock.
“A Europa mal aparece no ranking dos ETFs de Bitcoin à vista por tamanho… Os ETFs à vista dos EUA têm apenas um ano e já detêm 91% do mercado global.”
“Nós dominamos quando se trata de custo e liquidez”, continuou. “Se a BlackRock levar ao menos um pouco do “Terrordome” dos EUA para lá, deve ter sucesso, embora seja bom lembrar que os europeus são bem menos fãs de “molho picante” do que os EUA e certos países asiáticos.”