Escrito por Andrew Ang, Tom Morris e Raffaele Savi, membros da BlackRock, um estudo de fevereiro de 2022 voltou a circular nas redes sociais nesta semana. O motivo está relacionado a alta alocação recomendada em Bitcoin.
Segundo o documento, mesmo com a extrema volatilidade do Bitcoin, sua alocação ideal em uma carteira seria de 84,9%. Devido à maneira com que foi escrito, os próprios autores parecem impressionados com os resultados de seus estudos.
No mês passado, em junho, a BlackRock entrou com um pedido de ETF de Bitcoin à vista nos EUA. Sendo a maior gestora de ativos do mundo e com um histórico de aprovações muito positivo, 575 aprovados e apenas 1 rejeitado, investidores estão confiantes sobre sua aprovação.
Estudo da BlackRock coloca Bitcoin em outro nível
Já na capa, o documento aponta que “os retornos do Bitcoin exibem uma assimetria positiva pronunciada com um terceiro momento central de aproximadamente 150% ao ano”. Investimentos são recomendados até mesmo quando o BTC está com uma projeção de queda.
No entanto, o que mais chama atenção é o montante recomendado de Bitcoin em uma carteira, deixando pouco espaço para outros ativos como ações e títulos.
“Começando com uma carteira de 60 — 40 em ações-títulos, produzida com uma aversão ao risco de y = 1,50, a alocação ideal de BTC é um grande 84,9%!”
“O restante da carteira, 15,1% é dividido em 60 – 40 entre ações e títulos”, continua o estudo da BlackRock. “Embora o BTC tenha uma volatilidade extremamente grande de 1,322, a pronunciada assimetria positiva leva a grandes alocações e domina a função de utilidade.”
Em outras páginas, os autores também afirmam que consideram “apenas o papel do ativo BTC como um ativo de investimento direto” e, embora mencionem o alto consumo de energia dos mineradores, apontam para um crescimento na demanda.
“Esses efeitos provavelmente levariam a uma demanda adicional por participações em BTC além daquela capturada pela riqueza financeira em uma função de utilidade.”
Por fim, o documento também menciona que o Bitcoin possui uma média de retorno anual de 108,5%, cerca de 14 vezes mais do que ações (7,7% a.a.). Portanto, esse seria o motivo da criptomoeda ocupar tanto espaço em um portfólio.
Bitcoin caiu desde o estudo
Para sermos justos, o Bitcoin caiu 24% desde a publicação do estudo, 22 de fevereiro de 2022. No entanto, os autores também levaram isso em conta, recomendando uma alocação de 3% até mesmo quando o ativo estivesse projetado para uma queda de 50% a 90%.
Já em 2023, o Bitcoin está desbancando todos outros ativos. Um estudo compartilhado no início deste ano pelo Goldman Sachs apontava que o Bitcoin era o melhor investimento do período. Mesmo com o risco ajustado, o Bitcoin aparecia na frente de ações, metais, commodities e outras moedas.
Desde então, o Bitcoin subiu ainda mais. No ano, a alta acumulada é de 77%, próximo à média mencionada pela BlackRock, e ainda restam 5 meses para o final do ano.
Por fim, o Bitcoin pode ser um bom investimento de longo prazo para quem tem paciência e não liga para a volatilidade do curto prazo. Uma técnica fácil e eficiente para evitá-la é a estratégia de aportes mensais, conhecida como DCA.