Calma, já eu te explico a relação entre ambos. Primeiro, deixa eu te explicar o que seria uma agrofloresta e uma blockchain.
Agrofloresta
É um sistema que reúne culturas de importância agronômica em consórcio com a floresta. Um sistema agroflorestal combina espécies arbóreas lenhosas como frutíferas ou madeireiras com cultivos agrícolas e/ou animais. Essa combinação pode ser feita de forma simultânea ou em sequência temporal, trazendo benefícios econômicos e ecológicos.
O objetivo da plantação é imitar a floresta nativa. E assim acelerar seus processos, usando como principal ferramenta a poda. Não, as plantas não estão competindo umas contra as outras, elas estão se ajudando nesse sistema. Agora uma rápida revisão, ou não, de Blockchain.
Blockchain
É uma espécie de grande “livro contábil” que registra vários tipos de transações e possui seus registros espalhados por vários computadores. Este sistema é formado por uma “cadeia de blocos”. Um conjunto de transações é colocado dentro de cada um desses blocos, que são trancados por uma forte camada de criptografia. Cada bloco é ligado ao anterior por um elo, um código chamado hash – Chute, para os mais íntimos – . Juntos, eles formam a blockchain. Basicamente é isso.
Agrofloresta + Blockchain (A+B= D)
Agora, vamos juntar tudo e vê no que dá.
Digamos que se realize o plantio de agroflorestas na amazônia. O plantio é comercial, porém as árvores precisam ser registradas, para que no futuro possam ser cortadas e não serem confundidas com árvores nativas da região que nasceram por conta própria. Sabendo que o tempo de maturação de uma árvore de grande porte na amazônia pode demorar 30 anos ou mais para crescer, fica a pergunta: onde poderíamos registrar de forma segura, durável e inalterável, os dados sobre os milhões de árvores que plantamos? Excel? Email? Não! Em uma Blockchain. A cadeia de dados concederia a segurança de que ninguém alterou os dados sobre o número de árvores plantadas, suas espécies, localização, data de plantio, propriedade da árvore, etc… E com isso, melhorando a Estória, cria-se um token que poderia representar as árvores e ter o seu valor.
“Um pra mim, um pra tu, um pra eu”
Cada sistema agroflorestal teria seu próprio token que iria unir o agricultor ao investidor. O token poderia: Dar o direito ao comprador a receber uma porcentagem sobre cada venda dos produtos dentro daquela agrofloresta, dar ao portador do token o direito de comprar parte da produção futura, poderia também ser recomprado pelo agricultor, ou ser uma mistura de todas as possibilidades acima. A possibilidade de programar um contrato e distribuir os lucros surge como uma solução para a questão de financiamento de uma agrofloresta, e como uma solução para o investidor que procura ativos que não destruam os recursos naturais.
Gostou do projeto? Você pode dar uma olhada nesta versão desatualizada do White Paper. O projeto é de brasileiros e ainda esta sendo desenvolvido.
*Obrigado ao Roger Bage autor do projeto. Gostei muito da ideia.
*Se quiser saber mais sobre Agrofloresta recomendo ler: Principais Características da Agrofloresta (Roger Bage); Livro: Sistemas Agroflorestais (Embrapa)
Fontes: Blockchain e Agrofloresta / G1: Blockchain / Embrapa: Agroflorestas