O Banco Central do Brasil (BCB) assinou um acordo com o Banco Popular da China (PBoC) para o swap de moedas, conforme publicado pela Resolução CMN nº 5.211 de 12 de maio de 2025.
Na prática, a resolução cria um mecanismo que facilita o comércio entre Brasil e China sem precisar passar pelo dólar.
O BCB garante que essas operações respeitem critérios de equilíbrio financeiro, observando taxas de câmbio e juros internacionais. Os recursos recebidos pelo banco chinês em reais ficarão depositados no Brasil, mas com uso restrito e sem remuneração.
A nova resolução servirá para estabelecer as regras e limites de operações entre os dois países. Embora ambos tenham se envolvido com moedas digitais de bancos centrais, não está claro se o novo acordo facilitará swap também em CBDCs, como a Yuan Digital, ou como o Drex no Brasil.
🔔 Entre em nosso grupo no WhatsApp e fique atualizado.
“Estabelece limites e condições para execução do acordo de swap de moedas entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China,” diz a resolução.
Entenda o mecanismo de troca de moedas entre bancos centrais
Um swap cambial bilateral é um instrumento celebrado por bancos centrais para trocar moedas de seus países. No Brasil, a moeda oficial é o Real brasileiro (BRL), enquanto na China a moeda é o Yuan chinês (CNY).
Em nota, o banco central brasileiro confirmou que o presidente Gabriel Galípolo assinará o acordo em Pequim, capital da China, nesta terça-feira (13).
“Os presidentes do Banco Central do Brasil (BCB) e do Banco Popular da China (PBOC), Gabriel Galípolo e Pan Gongsheng, assinarão, nessa terça-feira, em evento em Pequim, um acordo de swap de moedas entre os bancos centrais. O principal objetivo desse acordo é o de fornecer liquidez para facilitar o funcionamento dos mercados financeiros em caso de necessidade“, diz o BCB em nota.
Além disso, o Bacen divulgou que os bancos centrais têm tornado comum a prática de assinar swaps após a crise financeira de 2007. O BCB afirmou que já conversa com outros bancos centrais para viabilizar acordos similares ao fechado com a China em breve.
Banco Central do Brasil tem acordo com Fed dos EUA
Em nota ao público, o BCB informou que o banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed) também é um dos parceiros internacionais. O acordo, que se tornou permanente em 2021, se chama FIMA (Foreign and International Monetary Authorities Repo Facility).
Na prática, isso permite que o Brasil tenha o acesso à dólares americanos por meio de operações compromissadas. A contrapartida é a compra de títulos do tesouro dos EUA.
De qualquer forma, a China avança em mais uma parceria, visto que o PBoC já tem acordos com outros 40 bancos centrais, inclusive da Europa.
Vale lembrar, contudo, que o presidente dos EUA tem acompanhado de perto as negociações entre países do BRICS que buscam evitar o uso do Dólar.
O presidente Lula também segue cumprindo agenda na China nesta terça, onde participou de uma reunião com o Primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang. Na última segunda, Lula se reuniu com o presidente Xi Jinping e investidores do país.