Brasileiro acusado de fraude com bitcoin é detido nos EUA e pode pegar 30 anos de prisão

Ele é acusado de lavagem de dinheiro, conspiração eletrônica e financeira e fraude bancária. A Promotoria dos EUA estima que o golpe dado por ele e pelos outros integrantes do esquema ultrapasse os R$ 100 milhões.

A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) prendeu nesta semana o brasileiro Gutemberg dos Santos. O empresário, que regulamente publica dicas sobre finanças no Instragam, é um dos fundadores da AirBit Club, esquema de pirâmide financeira que prometia falsos rendimentos associados a criptomoedas.

Santos, que nasceu no Recife (PE), foi detido na Cidade do Panamá e aguarda para ser extraditado para os Estados Unidos, onde também é cidadão. No país norte-americano, ele e outras quatro pessoas são acusadas de montar uma rede internacional para lavar dinheiro.

Brasileiro e outros integrantes da pirâmide financeira lavaram R$ 113 milhões e podem pegar 30 anos de cadeia

De acordo com a Promotoria dos Estados Unidos, Santos e os outros integrantes lavaram pelo menos US$ 20 milhões (R$ 113 milhões) captados de forma irregular dos investidores da AirBit Club.

A ocultação desse dinheiro teria sido feita por meio de várias contas bancárias, criadas tanto no país norte-americano como em outros países.

Além de lavagem de dinheiro, os membros do esquema de pirâmide financeira também são acusados de conspiração eletrônica financeira e fraude bancária.

Nos Estados Unidos, de acordo com o departamento de Justiça de lá, a pena para lavagem de dinheiro e para conspiração eletrônica financeira é de 20 anos de prisão. Já para fraude bancária é de 30 anos.

Além do processo da Promotoria do país norte-americano, Santos e os outros integrantes da AirBit Club também respondem a uma ação movida pela SEC, que é a CVM (Comissão de Valores Mobiliárias) dos EUA.

Na Itália, a AirBit Club também é processada pelo órgão que regula o mercado de capitais do país.

Pirâmide financeira AirBit Club foi fundada em 2015

Santos fundou a AirBit Club em 2015, junto com o mexicano Renato Rodriguez. A empresa, em seu site institucional, se identifica como um clube de investimento e uma mineradora de criptomoedas.

Foto: BehindMLM

Desde aquele ano, Santos e Rodriguez passaram a percorrer o mundo para promover o esquema fraudulento e recrutar novos membros. Eles estiveram nos Estados Unidos e em países da América Latina, da Ásia e da Europa.

Nesses países, o brasileiro e os outros membros do esquema promoviam eventos luxuosos para atrair investidores. Nas reuniões, eles convenciam as vitimas a investir a partir de U$1.000 (R$ 5,6 mil). Em troca, prometiam retornos diários, que nunca foram pagos.

A procuradora interina dos Estados Unidos, Audrey Strauss, caracterizou o esquema como sofisticado. “Eles prometiam taxas extraordinárias de retorno garantido sobre investimentos fantasmas em criptomoedas”, disse.

Qual a história do brasileiro que pode pegar 30 anos de prisão?

De acordo com o jornal Loucos por Marketing, que cobre o setor de marketing multinível desde 2008, Gutemberg dos Santos começou a trabalhar com multinível no Recife, por meio da Herbalife.

Logo depois de conhecer a marca de produtos nutricionais, ele se mudou para os Estados Unidos. No país, ainda de acordo com o site, ele descobriu o submundo das pirâmides financeiras.

Além disso, também segundo o portal Loucos por Marketing, Santos começou a morar em paraísos fiscais na América Central para fugir das autoridades.

Nesse meio tempo, ele também passou a dar dicas sobre investimentos nas redes sociais e virou fonte de grandes portais, como o Yahoo.

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Lucas Gabriel Marins
Lucas Gabriel Marins
Jornalista desde 2010. Escreve para Livecoins e UOL. Já foi repórter da Gazeta do Povo e da Agência Estadual de Notícias (AEN).

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