BRICS anuncia sistema de pagamentos que utiliza blockchain

“Acreditamos que a criação de um sistema de pagamento independente do BRICS é uma meta importante para o futuro”, apontou Yury Ushakov, notando que o sistema “seria baseado em ferramentas de última geração, como tecnologias digitais e blockchain.”

Em nota divulgada nesta terça-feira (5), a Rússia anunciou a criação de um sistema de pagamentos baseado em blockchain para o BRICS, sigla do grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

As informações foram compartilhadas por Yury Ushakov, assessor do presidente Vladimir Putin, para a agência russa Taas.

Embora não tenha divulgado mais detalhes, sua declaração deixa transparecer a pressão que a Rússia está sofrendo perante as sanções americanas em relação à utilização do dólar no comércio internacional.

Rússia revela projeto de blockchain para o BRICS, mas não especifica detalhes

No ano passado, chegaram a surgir rumores sobre a criação de uma nova moeda a ser usada pelo grupo, a BRICScoin. Em suma, ela seria usada no lugar do dólar, ainda predominante no comércio internacional.

Ainda sobre os rumores, falou-se que a BRICScoin teria lastro em ouro, o que alegrou alguns investidores do metal, como Robert Kiyosaki, autor do livro ‘Pai Rico, Pai Pobre’. No entanto, nenhuma novidade foi divulgada até então.

De qualquer forma, Yury Ushakov, assessor de Vladimir Putin, não revelou maiores detalhes sobre a criação de uma moeda. Em seus comentários, apenas informou sobre a criação de um “sistema de pagamentos” utilizando blockchain, mesma tecnologia por trás do Bitcoin.

“Acreditamos que a criação de um sistema de pagamento independente do BRICS é uma meta importante para o futuro”, apontou Yury Ushakov, notando que o sistema “seria baseado em ferramentas de última geração, como tecnologias digitais e blockchain.”

“O principal é garantir que seja conveniente para os governos, pessoas comuns e empresas, bem como econômicas e livres de política.”

Portanto, também é possível que o sistema funcione com as moedas dos cinco países (real, rublo, rúpia, yuan e o rand sul-africado) em conjunto, como se fossem tokens de uma mesma rede.

Brasil é pioneiro na introdução de moeda digital

Após o sucesso do Pix, copiado até mesmo pelos EUA, o Banco Central do Brasil anunciou a criação do Drex. Em comparação ao seu sucessor, o Drex roda em uma blockchain e permitirá novas funcionalidades como contratos inteligentes, abrindo um leque de oportunidades.

Em novembro do ano passado, Campos Neto, presidente do BC, tocou no tema da criação de uma moeda comum. Na oportunidade, frisou que não via necessidade disso, apontando outras soluções.

“No final das contas, se a gente parar e pensar o que a literatura oferece de vantagem em termos comerciais por você ter moedas únicas, a digitalização faz isso para você, sem você precisar abrir mão da liberdade da política monetária.”

“A gente quer abraçar esse negócio de criar uma plataforma de ligar os diversos sistemas de pagamento” continuou Neto na época, notando que “cada lugar do mundo está desenvolvendo um sistema de pagamento”.

Portanto, é possível que o Brasil tenha um papel fundamental na criação desse sistema de pagamento proposto pela Rússia para o BRICS. De qualquer forma, o governo brasileiro não se posicionou sobre o assunto.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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